Algumas dicas de cálculos de medicamentos, cuidados de enfermagem, tratamentos, anatomia...
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Oximetria de pulso
A oximetria de pulso arterial permite medir continuamente a saturação de oxigênio da hemoglobina arteriolar, em uma região anatômica que permita a aferição da medida, preferencialmente de localização periférica, como as extremidades digitais (mãos e pés). A saturação de oxigênio arterial é normalmente de (95% a 100%).
Xerostomia
O termo xerostomia é usado para designar a sensação de boca seca provocada por fatores diversos, como desidratação, ronco, hábito de respirar pela boca, cigarro, álcool, má higiene bucal, longas falas. Quando ocorre queda expressiva ou interrupção na produção de saliva, os termos adequados são hipossalivação ou hipossialia. Nesses casos, a boca seca pode ser sinal de doenças nas glândulas salivares, de diabetes mellitus e da síndrome de Sjögren. Pode também ser efeito colateral de certos medicamentos (os mais comuns são os antidepressivos, antialérgicos, diuréticos e anti-hipertensivos), da radioterapia na região da cabeça e do pescoço, do envelhecimento e de estresse. Idosos correm risco mais alto de desenvolver boca seca.
Em condições normais, uma pessoa produz um litro, um litro e meio de saliva por dia. Secretada pelas glândulas salivares diretamente na boca, além de água, a saliva contém enzimas, minerais, aminoácidos e substâncias que protegem contra a invasão de vírus e controlam a proliferação de bactérias. Entre outras funções, ela desempenha papel importante na limpeza da cavidade oral, na prevenção da cárie, do mau hálito e das infecções do sistema respiratório. Da mesma forma, é fundamental para a digestão dos alimentos e para o desenvolvimento do paladar e da fala.
http:// drauziovarella.com.br/ letras/x/ xerostomiaboca-seca/
Em condições normais, uma pessoa produz um litro, um litro e meio de saliva por dia. Secretada pelas glândulas salivares diretamente na boca, além de água, a saliva contém enzimas, minerais, aminoácidos e substâncias que protegem contra a invasão de vírus e controlam a proliferação de bactérias. Entre outras funções, ela desempenha papel importante na limpeza da cavidade oral, na prevenção da cárie, do mau hálito e das infecções do sistema respiratório. Da mesma forma, é fundamental para a digestão dos alimentos e para o desenvolvimento do paladar e da fala.
http://
Relação entre insônia e obesidade
Insônia e Obesidade - Diversos estudos científicos mostram que existe uma relação direta da privação do sono (insônia) com o aumento de peso e a obesidade. As razões encontradas são muitas e, por isso, existe uma série de outros estudos que pesquisam estas relações. Uma delas seria o fato de que a falta do sono altera o metabolismo humano e surge a sensação de fome, daí, então, acontecem os conhecidos “assaltos à geladeira”.
http:// www.endocrino.org.br/ insonia-e-obesidade/
http://
sábado, 20 de setembro de 2014
Formas farmacêuticas
ØComprimidos são absorvidos na cavidade
oral e trato gastrodigestivo.
ØDrágeas os comprimidos são
recobertos por várias camadas de açúcar, amido e talco .
ØCápsulas geralmente são elaboradas
com gelatina e servem para proteger o medicamento dos sucos digestivos.
ØEnemas, clister, enteroclisma ou
lavagens são usadas por via retal
sendo que a quantidade pode ser desde poucos centímetros cúbitos até mais de um
litro. A composição varia de acordo com a indicação. Pode ser com ou sem
medicamento.
ØSupositórios: são formas sólidas que se
fundem a temperatura corporal e podem ser somente evacuantes ou conter medicamentos.
ØXaropes: preparações aquosas, onde são dissolvidos os medicamentos.
ØElixires: preparações líquidas
hidroalcoólicas, açucaradas ou glicerinadas, destinadas a uso oral ,
contendo substâncias aromáticas e medicamentosas.
ØEmulsões: preparações fluídas e
leitosas. Podem ser óleo em água ou água em óleo.
ØPastilha: é um preparo sólido, com
princípio ativo unido a um excipiente constituído por açúcar e uma mucila para diluir lentamente na
boca:
ØPílulas: são formas farmacêuticas sólidas esféricas e
constituídas por uma massa plástica não aderente formada por um ou vários
medicamentos, unidos por um excipiente apropriado e destinado a ser
administrado por deglutição.
ØÓvulos supositório vaginal com excipiente em geral de
glicerina solidificada com gelatina. Possui ação local.
Termos de direção em anatomia
TERMOS GERAIS DE DIREÇÃO
referência à posição anatômica.
ANTERIOR-POSTERIOR = na frente-atrás
VENTRAL-DORSAL = em direção ao ventre-em direção ao dorso (sinônimo de anterior
posterior)
SUPERIOR-INFERIOR = acima-abaixo
CRANIAL-CAUDAL = em direção à cabeça-em direção à cauda
DIREITO-ESQUERDO
INTERNO-EXTERNO = situado dentro-situado fora (em relação a uma cavidade)
SUPERFICIAL-PROFUNDO = localizado superficial ou profundamente em relação à superfície
do corpo.
MÉDIO = é o que está no meio, em qualquer direção: uma superior e outra inferior, ou uma
superficial e outra profunda.
INTERMÉDIO = que está entre duas estruturas uma lateral e outra medial ou direita-esquerda
MEDIANO = localizado na linha mediana, na metade do corpo
MEDIAL-LATERAL = próximo ou longe do plano mediano do corpo
FRONTAL = localizado no plano frontal ou em relação à fronte
LONGITUDINAL = que corre longitudinalmente, paralelo ao eixo longitudinal.
SAGITAL = situado em um plano paralelo ao plano sagital mediano
TRANSVERSAL = situado em um plano transversal
TRANSVERSO = que corre transversalmente.
PROXIMAL = o que está mais perto do ponto de inserção ou de origem
DISTAL = o que está longe do ponto de inserção ou de origem
Fonte: (SOBOTTA, 2000)
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Câncer de colo uterino
CÂNCER DE COLO UTERINO
INTRODUÇÃO
As inflamações do colo uterino (cervicite) são muito freqüentes, mas sem maiores
conseqüências. No colo uterino também são freqüentes os carcinomas. O câncer de colo uterino
(CCU), na mulher, é superado apenas pelo carcinoma de mama. A relativa facilidade de observação, o
emprego da citologia esfoliativa (Papanicolau) e biópsia permitem a realização do diagnóstico
precoce. O conceito de câncer “in situ” foi formado a partir de lesões do colo do útero.
INCIDÊNCIA
O CCU tem incidência máxima em torno dos 40 anos de idade, é mais comum em mulheres
casadas, raro em judias e virgens. Há 50 anos o CCU era a principal causa de morte por câncer em
mulheres nos EUA. Atualmente é o 8º, com cerca de 7.000 óbitos/ano. O número de novos casos
aumentou, mas o diagnóstico é feito de maneira precoce permitindo tratamento eficaz.
ETIOLOGIA
Devem ser consideradas principalmente a irritação crônica e higiene:
1. Parto e traumatismos subsequentes.
2. Idade na 1ª cópula e freqüência das relações sexuais.
3. Número de parceiros.
4. higiene pessoal do parceiro, com particular referência a circuncisão.
HPV - (papilomavírus)
O HPV é considerado importante fator na oncogênese do CCU. Há associação entre HPV 16 e
18 e CCU. As verrugas genitais e anogenitais são causadas pelos tipos 6, 11, 16 e 18. Os condilomas
do colo uterino geralmente são planos (não verrucosos) e associados aos HPV5 e 11.
OBS.: Mais de 40 HPV podem causar verrugas. A morfologia da verruga é variável dependendo do
local e do tipo de vírus.
ASPECTOS CLÍNICOS
A evolução é lenta durando anos. O CCU representa a fase final de alterações progressivas do
epitélio, principalmente na área de transição do epitélio escamoso e glandular. Passa por displasia
leve, moderada, severa e carcinoma “in situ”. 50% dos casos de displasia leve progridem para carcinoma “in situ” em 10 anos. Os sintomas são sangramento vaginal, leucorréia, dor e disúria.
Inicia-se na junção do epitélio escamoso do exocervix com o colunar do endocervix. Raramente provoca metástases, caracterizando-se em estádios avançados por infiltração da bexiga, reto e vagina.
O CCU mais comum é o exofítico, podem ser também ulcerado ou infiltrativo.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico precoce é feito pelo exame de Papanicolau e prova de Schiller.
O papanicolau é um exame citológico que deve ser feito anualmente. A classificação da citologia é:
Classe I Normal
Classe II Inflamação
Classe III Displasia
Classe IV Carcinoma “in situ”
Classe V Carcinoma
Prova de Schiller - Células epiteliais normais são ricas em glicogênio. A pintura do colo com
solução de iodo e iodeto de potássio cora o colo normal em marrom (áreas claras são sugestivas de Ca). Áreas com inflamação podem não se corar.
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA
ESTADIAMENTO
0 - Carcinoma “in situ”.
I - confinado ao cérvix.
II - Invasão do 1/3 superior da vagina.
III - Invasão do 1/3 inferior da vagina e parede pélvica.
IV - Invasão da bexiga, reto e metástases.
TRATAMENTO
É realizado principalmente por cirurgia (conização- remoção da lesão em cone; e histerectomia total- remoção do útero, trompas e ovários) e radioterapia, sendo esta última utilizada em associação com cirurgia ou em casos em que não é possível realizar a cirurgia. A braquiterapia é a modalidade de radioterapia mais comumente usada. É feita em uma única aplicação de alta dosagem e dentro da cavidade vaginal, promovendo desta forma menos efeitos colaterais. Outras modalidades de tratamento são criocirurgia e terapia com laser.
PROGNÓSTICO
O prognóstico depende da fase em que a lesão foi diagnosticada. A morte é causada por
invasão local, com invasão e necrose do sistema urinário e digestivo. Nas lesões iniciais e em
carcinoma “in situ” a cura é obtida em 100% dos casos. Em lesões avançadas com envolvimento de
bexiga e reto a sobrevida é bem menor, sendo ao redor dos 10-15% em 5 anos.
Sobrevida em 5 anos
0 I II III IV
100% 80-90% 75% 35% 10-15%
Morte: por extensão local para bexiga e ureteres com pielonefrite.
MIOMA UTERINO
Os miomas são crescimentos de músculo liso na parede do corpo ou no colo uterino.
Geralmente são múltiplos.
Incidência: são muito freqüentes e principalmente entre 30-40 anos.
Etiologia: desconhecida, mas parece estar associado ao estrógeno. Na menopausa regridem,
raramente precisando de tratamento neste período.
Aspectos clínicos: muitos são assintomáticos, sendo descobertos pelo aumento de peso ou volume no
baixo ventre. Pode causar sangramento, menstruações prolongadas e cólicas uterinas.
Diagnóstico: História e ultrassonografia.
Tratamento: Acompanhamento - miomas pequenos e proximidade da menopausa.
Cirurgia - miomas grandes, presença de sintomatologia.
CÂNCER DE MAMA
INTRODUÇÃO
As células glandulares da mama com o aumento de estrógeno aumentam após o período menstrual. A progesterona estimula a atividade mitótica das células epiteliais da mama. Após a menstruação há descamação das células epiteliais e desaparecimento do edema do estroma. Na gravidez a mama atinge sua completa maturação, predominando o parênquima glandular sobre o escasso estroma. Após a lactação as glândulas regridem novamente. Na menopausa os ácinos atrofiam-se, deixando quase que apenas ductos, como no sexo masculino. Persiste pequeno estímulo estrogênico provavelmente da adrenal.
A patologia da mama se restringe, praticamente, à mulher. No homem pode ocorrer a ginecomastia devido a excesso de estrógeno (puberdade, idosos, síndrome de Klinefelter, cirrose hepática- o fígado metaboliza o estrógeno) e mais raramente carcinoma. Nas mulheres a estrutura mais complexa da glândula, seu volume e sensibilidade às influências endócrinas, predispõem o órgão a uma série de alterações.
A mama é a sede mais comum de desenvolvimento de câncer na mulher, representando a 1/5 das neoplasias malignas neste sexo. Apesar desta alta incidência, as lesões benignas são mais as comuns na mama.
As alterações da mama mais comuns são as fibrocísticas que podem ser classificadas em:
1- formações fibrocísticas,
2- hiperplasia epitelial, e
3- adenose esclerosante.
A adenose é o aumento do tecido glandular. A hiperplasia é a proliferação do epitélio para o
interior dos ductos.
São responsáveis por pelo menos metade das cirurgias de mama.
Fibroadenoma - É o tumor benigno mais comum. Pode ser diagnosticado clinicamente, e raramente
se transforma em maligno. Basta acompanhar clinicamente.
Nódulos mamários em mulheres que procuraram fazer o diagnóstico:
Sem doença : 30% (irregularidades da mama normal)
Alterações Fibrocísticas : 40%
Diversos - Benignas : 13%
Câncer : 10%
Fibroadenoma : 7%
OBS.: A necrose gordurosa causada por trauma não é comum, mas pode tornar-se fibrosada e ser confundida com nódulo tumoral.
CARCINOMA DA MAMA
O carcinoma de mama é o tumor maligno fatal mais comum na mulher nos Estados Unidos, em outros países do hemisfério norte e no Brasil. Estima-se que 1 em cada 8 mulheres apresentarão câncer de mama durante sua vida. É uma epidemia.
INCIDÊNCIA
O carcinoma de mama é raro antes dos 20 anos de idade, aumentando sua incidência gradativamente durante a vida. É mais comum em mulheres com mais de 50 anos. Além da idade, há diferenças de incidência de acordo com as variações geográficas. A Escócia e Países Baixos apresentam alta incidência de câncer de mama, com uma taxa de mortalidade de 24,5/100.000, enquanto que no Japão a taxa é extraordinariamente baixa de 3,8/100.000. No Brasil a mortalidade é de 18/100.000. A taxa de mortalidade nos EUA não mudou nos últimos 30 anos, sendo de 27/100.000, por ano 43.000 morrem.
ETIOLOGIA
Vírus - Não há evidências de participação viral em humanos.
Hereditariedade - É bem aceito que filhas e irmãs de mulheres com câncer de mama têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Em camundongos o papel da hereditariedade está bem documentado.
Estima-se que 5% dos cânceres de mama são hereditários. Geralmente são mais agressivos e em mulheres mais jovens (menos de 45 anos). As mulheres que têm história familiar de câncer de mama em parentes jovens, devem ser monitoradas mais freqüentemente. Consideram-se dois genes associados ao CM hereditário - BRCA1 (17q12-q21), que pode ser detectado nos linfócitos periféricos e BRCA2 (13q12-q13), o qual também está envolvido no câncer de mama masculino. Os tipos hereditários mais comuns são mucinoso e medular.
O oncogene c-erbB-2 e o gene supressor p53 são os mais comumente alterados no câncer de mama.
HORMÔNIOS
Estudos epidemiológicos indicam que pacientes com câncer de mama tendem a se casar, engravidar e amamentar mais tardiamente, ter menos filhos e amamentar por número menor de meses. Tendem também a entrar na menopausa mais tardiamente. A amamentação retarda o reinício da menstruação.
Considera-se que o estrógeno é fator predisponente para o desenvolvimento do CM e que progesterona, presente em altos níveis na gestação e ovulação tem efeito oposto.
O uso de estrógeno (RH - reposição hormonal) na menopausa não tem consenso. Alguns são contra porque além de aumentar o risco de CM, também modifica a fisiologia da menopausa. Por outro lado, o uso de estrógeno na menopausa, preveni o desenvolvimento de osteoporose. A indústria farmacêutica fatura cerca de 33 bilhões por ano com a venda desses hormônios.
Nas hiperplasias há receptores para estrógeno, enquanto que no câncer o crescimento é autônomo. A medida que ocorre desdiferenciação, perdem-se os receptores.
Os efeitos de pílulas anticoncepcionais é discutido. Com as pílulas atuais (baixas concentrações hormonais) não há aumento de risco para câncer de mama.
OBS.: Não há relação entre trauma e câncer de mama. É comum as pacientes relatarem história de traumatismo. No entanto, isto pode ser explicado pelo fato das mulheres palparem a mama após
algum trauma e neste momento identificar um nódulo que já estava presente.
ASPECTOS CLÍNICOS
Os CM se apresentam como nódulos indolores, móveis e delimitados. Quando a lesão está fixa à parede torácica o prognóstico é menos favorável.
O diagnóstico é feito pela palpação, mamografia, ecografia, biópsia ou punção biópsia.
Nas mamografias podem ser observadas calcificações puntiformes, presentes em 60% dos cortes histológicos. A mamografia funciona melhor em idosos, com mama mais gordurosa. Em jovens, mama densa e glandular, a ecografia é mais adequada.
Palpação - deve ser feita na 1ª quinzena do ciclo menstrual. Posteriormente a mama está maior e pode simular nódulos. Na ovulação há maior taxa de progesterona, maior aporte de sangue e entumescimento da mama.
CLASSIFICAÇÃO MICROSCÓPICA
Mais de 90% dos CM têm origem do epitélio ductal, sendo pouco comum dos ácinos glandulares. São divididos em infiltrante e não infiltrante.
A) CM dos ductos galactófaros
1. Carcinoma intraductal ou não infiltrante
2. Infiltrante.
a) Carcinoma cirroso - fibroblástico
b) Carcinoma medular
c) Carcinoma mucinoso
d) Doença de Paget - Carcinoma de ducto excretório principal invadindo pele e auréola do mamilo.
B) CM dos ácinos glandulares
1. Não infiltrante - Carcinoma lobular “in situ”
2. Infiltrante ou Carcinoma lobular.
O Carcinoma in situ de mama é o intraductal, quando ainda não rompeu a membrana basal.
ESTADIAMENTO
I - Menos de 5cm, sem metástases.
II - Menos de 5cm, gânglios axilares afetados, móveis.
III - Nódulo da mama, fixo a parede torácica; linfonodos afetados.
IV - Com metástases a distância - os órgãos mais freqüentemente afetados são o fígado, ossos, SNC,
pulmões, supra-renal.
LOCALIZAÇÃO DO NÓDULO TUMORAL
quadrante externo superior - 40%
quadrante interno superior - 20%
quadrante externo inferior - 10%
quadrante interno inferior - 10%
bilateral - 5%
região periareolar ou mamilo - 3%
TRATAMENTO
Nos EUA, nos estádios I, II e III a mastectomia radical é o tratamento mais usado. A RXT pré e pós-operatória está sendo bastante usada. A cirurgia conservadora está cada vez mais freqüente.
PROGNÓSTICO
Os fatores considerados para prognóstico são:
- Metástase Regional quanto maior o número de gânglios envolvidos, pior o prognóstico. Para confirmar negatividade, um mínimo de dez (10) gânglios devem ser examinados. Mesmo nos casos de axila negativa, em 70% dos casos têm cura, mas 30% sofrem metástase ou recidiva.
- Tamanho Quanto maior, mais chances de formar clones de metástase. Se maior que 3cm é elevada a taxa de recidiva e metástase.
- Receptores 70% dos C.M. com receptores respondem bem a terapia anti-hormonal.
- Índice de proliferação mitoses (considerar que quanto mais tempo para iniciar a fixação, menor o número de mitoses, porque o ciclo mitótico pode se completar - se a peça for grande, a contagem é geralmente feita na periferia). Também podem ser usados PCNA e Ki-67 (MIB-1), citofotometria de fluxo (células em suspensão) e citofotometria estática.
- Tipo Histológico 10-20% são “in situ”. Podem ser papilífero, cribiforme, comedo, ductal.
Graus de displasia - alto, intermediário, baixo. Geralmente do tipo alto grau comedo, tem microinvasão.
- O prognóstico é bom se o carcinoma for do tipo papilar. No outro extremo tem o carcinoma sarcomatóide, com pequena sobrevida em 5 anos.
Considera-se também o pleomorfismo e a diferenciação (quanto mais túbulos, mais diferenciado).
Sobrevida em 5 anos de acordo com o estadiamento
I II III IV
80% 65% 40% 10%
Ao contrário do carcinoma de colo de útero, as metástases são comuns no CM sendo por isso considerado como uma doença sistêmica. O C.M. é mais freqüente no quadrante superior externo, metastatizando nos linfonodos axilares. No quadrante externo, as células migram para os linfonodos do tórax.
A sobrevida é de 5 anos em 50% dos casos. Considera-se que 50% dos casos não são beneficiados com tratamento, 25% são de crescimento lento e 25% respondem ao tratamento.
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INTRODUÇÃO
As inflamações do colo uterino (cervicite) são muito freqüentes, mas sem maiores
conseqüências. No colo uterino também são freqüentes os carcinomas. O câncer de colo uterino
(CCU), na mulher, é superado apenas pelo carcinoma de mama. A relativa facilidade de observação, o
emprego da citologia esfoliativa (Papanicolau) e biópsia permitem a realização do diagnóstico
precoce. O conceito de câncer “in situ” foi formado a partir de lesões do colo do útero.
INCIDÊNCIA
O CCU tem incidência máxima em torno dos 40 anos de idade, é mais comum em mulheres
casadas, raro em judias e virgens. Há 50 anos o CCU era a principal causa de morte por câncer em
mulheres nos EUA. Atualmente é o 8º, com cerca de 7.000 óbitos/ano. O número de novos casos
aumentou, mas o diagnóstico é feito de maneira precoce permitindo tratamento eficaz.
ETIOLOGIA
Devem ser consideradas principalmente a irritação crônica e higiene:
1. Parto e traumatismos subsequentes.
2. Idade na 1ª cópula e freqüência das relações sexuais.
3. Número de parceiros.
4. higiene pessoal do parceiro, com particular referência a circuncisão.
HPV - (papilomavírus)
O HPV é considerado importante fator na oncogênese do CCU. Há associação entre HPV 16 e
18 e CCU. As verrugas genitais e anogenitais são causadas pelos tipos 6, 11, 16 e 18. Os condilomas
do colo uterino geralmente são planos (não verrucosos) e associados aos HPV5 e 11.
OBS.: Mais de 40 HPV podem causar verrugas. A morfologia da verruga é variável dependendo do
local e do tipo de vírus.
ASPECTOS CLÍNICOS
A evolução é lenta durando anos. O CCU representa a fase final de alterações progressivas do
epitélio, principalmente na área de transição do epitélio escamoso e glandular. Passa por displasia
leve, moderada, severa e carcinoma “in situ”. 50% dos casos de displasia leve progridem para carcinoma “in situ” em 10 anos. Os sintomas são sangramento vaginal, leucorréia, dor e disúria.
Inicia-se na junção do epitélio escamoso do exocervix com o colunar do endocervix. Raramente provoca metástases, caracterizando-se em estádios avançados por infiltração da bexiga, reto e vagina.
O CCU mais comum é o exofítico, podem ser também ulcerado ou infiltrativo.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico precoce é feito pelo exame de Papanicolau e prova de Schiller.
O papanicolau é um exame citológico que deve ser feito anualmente. A classificação da citologia é:
Classe I Normal
Classe II Inflamação
Classe III Displasia
Classe IV Carcinoma “in situ”
Classe V Carcinoma
Prova de Schiller - Células epiteliais normais são ricas em glicogênio. A pintura do colo com
solução de iodo e iodeto de potássio cora o colo normal em marrom (áreas claras são sugestivas de Ca). Áreas com inflamação podem não se corar.
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA
ESTADIAMENTO
0 - Carcinoma “in situ”.
I - confinado ao cérvix.
II - Invasão do 1/3 superior da vagina.
III - Invasão do 1/3 inferior da vagina e parede pélvica.
IV - Invasão da bexiga, reto e metástases.
TRATAMENTO
É realizado principalmente por cirurgia (conização- remoção da lesão em cone; e histerectomia total- remoção do útero, trompas e ovários) e radioterapia, sendo esta última utilizada em associação com cirurgia ou em casos em que não é possível realizar a cirurgia. A braquiterapia é a modalidade de radioterapia mais comumente usada. É feita em uma única aplicação de alta dosagem e dentro da cavidade vaginal, promovendo desta forma menos efeitos colaterais. Outras modalidades de tratamento são criocirurgia e terapia com laser.
PROGNÓSTICO
O prognóstico depende da fase em que a lesão foi diagnosticada. A morte é causada por
invasão local, com invasão e necrose do sistema urinário e digestivo. Nas lesões iniciais e em
carcinoma “in situ” a cura é obtida em 100% dos casos. Em lesões avançadas com envolvimento de
bexiga e reto a sobrevida é bem menor, sendo ao redor dos 10-15% em 5 anos.
Sobrevida em 5 anos
0 I II III IV
100% 80-90% 75% 35% 10-15%
Morte: por extensão local para bexiga e ureteres com pielonefrite.
MIOMA UTERINO
Os miomas são crescimentos de músculo liso na parede do corpo ou no colo uterino.
Geralmente são múltiplos.
Incidência: são muito freqüentes e principalmente entre 30-40 anos.
Etiologia: desconhecida, mas parece estar associado ao estrógeno. Na menopausa regridem,
raramente precisando de tratamento neste período.
Aspectos clínicos: muitos são assintomáticos, sendo descobertos pelo aumento de peso ou volume no
baixo ventre. Pode causar sangramento, menstruações prolongadas e cólicas uterinas.
Diagnóstico: História e ultrassonografia.
Tratamento: Acompanhamento - miomas pequenos e proximidade da menopausa.
Cirurgia - miomas grandes, presença de sintomatologia.
CÂNCER DE MAMA
INTRODUÇÃO
As células glandulares da mama com o aumento de estrógeno aumentam após o período menstrual. A progesterona estimula a atividade mitótica das células epiteliais da mama. Após a menstruação há descamação das células epiteliais e desaparecimento do edema do estroma. Na gravidez a mama atinge sua completa maturação, predominando o parênquima glandular sobre o escasso estroma. Após a lactação as glândulas regridem novamente. Na menopausa os ácinos atrofiam-se, deixando quase que apenas ductos, como no sexo masculino. Persiste pequeno estímulo estrogênico provavelmente da adrenal.
A patologia da mama se restringe, praticamente, à mulher. No homem pode ocorrer a ginecomastia devido a excesso de estrógeno (puberdade, idosos, síndrome de Klinefelter, cirrose hepática- o fígado metaboliza o estrógeno) e mais raramente carcinoma. Nas mulheres a estrutura mais complexa da glândula, seu volume e sensibilidade às influências endócrinas, predispõem o órgão a uma série de alterações.
A mama é a sede mais comum de desenvolvimento de câncer na mulher, representando a 1/5 das neoplasias malignas neste sexo. Apesar desta alta incidência, as lesões benignas são mais as comuns na mama.
As alterações da mama mais comuns são as fibrocísticas que podem ser classificadas em:
1- formações fibrocísticas,
2- hiperplasia epitelial, e
3- adenose esclerosante.
A adenose é o aumento do tecido glandular. A hiperplasia é a proliferação do epitélio para o
interior dos ductos.
São responsáveis por pelo menos metade das cirurgias de mama.
Fibroadenoma - É o tumor benigno mais comum. Pode ser diagnosticado clinicamente, e raramente
se transforma em maligno. Basta acompanhar clinicamente.
Nódulos mamários em mulheres que procuraram fazer o diagnóstico:
Sem doença : 30% (irregularidades da mama normal)
Alterações Fibrocísticas : 40%
Diversos - Benignas : 13%
Câncer : 10%
Fibroadenoma : 7%
OBS.: A necrose gordurosa causada por trauma não é comum, mas pode tornar-se fibrosada e ser confundida com nódulo tumoral.
CARCINOMA DA MAMA
O carcinoma de mama é o tumor maligno fatal mais comum na mulher nos Estados Unidos, em outros países do hemisfério norte e no Brasil. Estima-se que 1 em cada 8 mulheres apresentarão câncer de mama durante sua vida. É uma epidemia.
INCIDÊNCIA
O carcinoma de mama é raro antes dos 20 anos de idade, aumentando sua incidência gradativamente durante a vida. É mais comum em mulheres com mais de 50 anos. Além da idade, há diferenças de incidência de acordo com as variações geográficas. A Escócia e Países Baixos apresentam alta incidência de câncer de mama, com uma taxa de mortalidade de 24,5/100.000, enquanto que no Japão a taxa é extraordinariamente baixa de 3,8/100.000. No Brasil a mortalidade é de 18/100.000. A taxa de mortalidade nos EUA não mudou nos últimos 30 anos, sendo de 27/100.000, por ano 43.000 morrem.
ETIOLOGIA
Vírus - Não há evidências de participação viral em humanos.
Hereditariedade - É bem aceito que filhas e irmãs de mulheres com câncer de mama têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Em camundongos o papel da hereditariedade está bem documentado.
Estima-se que 5% dos cânceres de mama são hereditários. Geralmente são mais agressivos e em mulheres mais jovens (menos de 45 anos). As mulheres que têm história familiar de câncer de mama em parentes jovens, devem ser monitoradas mais freqüentemente. Consideram-se dois genes associados ao CM hereditário - BRCA1 (17q12-q21), que pode ser detectado nos linfócitos periféricos e BRCA2 (13q12-q13), o qual também está envolvido no câncer de mama masculino. Os tipos hereditários mais comuns são mucinoso e medular.
O oncogene c-erbB-2 e o gene supressor p53 são os mais comumente alterados no câncer de mama.
HORMÔNIOS
Estudos epidemiológicos indicam que pacientes com câncer de mama tendem a se casar, engravidar e amamentar mais tardiamente, ter menos filhos e amamentar por número menor de meses. Tendem também a entrar na menopausa mais tardiamente. A amamentação retarda o reinício da menstruação.
Considera-se que o estrógeno é fator predisponente para o desenvolvimento do CM e que progesterona, presente em altos níveis na gestação e ovulação tem efeito oposto.
O uso de estrógeno (RH - reposição hormonal) na menopausa não tem consenso. Alguns são contra porque além de aumentar o risco de CM, também modifica a fisiologia da menopausa. Por outro lado, o uso de estrógeno na menopausa, preveni o desenvolvimento de osteoporose. A indústria farmacêutica fatura cerca de 33 bilhões por ano com a venda desses hormônios.
Nas hiperplasias há receptores para estrógeno, enquanto que no câncer o crescimento é autônomo. A medida que ocorre desdiferenciação, perdem-se os receptores.
Os efeitos de pílulas anticoncepcionais é discutido. Com as pílulas atuais (baixas concentrações hormonais) não há aumento de risco para câncer de mama.
OBS.: Não há relação entre trauma e câncer de mama. É comum as pacientes relatarem história de traumatismo. No entanto, isto pode ser explicado pelo fato das mulheres palparem a mama após
algum trauma e neste momento identificar um nódulo que já estava presente.
ASPECTOS CLÍNICOS
Os CM se apresentam como nódulos indolores, móveis e delimitados. Quando a lesão está fixa à parede torácica o prognóstico é menos favorável.
O diagnóstico é feito pela palpação, mamografia, ecografia, biópsia ou punção biópsia.
Nas mamografias podem ser observadas calcificações puntiformes, presentes em 60% dos cortes histológicos. A mamografia funciona melhor em idosos, com mama mais gordurosa. Em jovens, mama densa e glandular, a ecografia é mais adequada.
Palpação - deve ser feita na 1ª quinzena do ciclo menstrual. Posteriormente a mama está maior e pode simular nódulos. Na ovulação há maior taxa de progesterona, maior aporte de sangue e entumescimento da mama.
CLASSIFICAÇÃO MICROSCÓPICA
Mais de 90% dos CM têm origem do epitélio ductal, sendo pouco comum dos ácinos glandulares. São divididos em infiltrante e não infiltrante.
A) CM dos ductos galactófaros
1. Carcinoma intraductal ou não infiltrante
2. Infiltrante.
a) Carcinoma cirroso - fibroblástico
b) Carcinoma medular
c) Carcinoma mucinoso
d) Doença de Paget - Carcinoma de ducto excretório principal invadindo pele e auréola do mamilo.
B) CM dos ácinos glandulares
1. Não infiltrante - Carcinoma lobular “in situ”
2. Infiltrante ou Carcinoma lobular.
O Carcinoma in situ de mama é o intraductal, quando ainda não rompeu a membrana basal.
ESTADIAMENTO
I - Menos de 5cm, sem metástases.
II - Menos de 5cm, gânglios axilares afetados, móveis.
III - Nódulo da mama, fixo a parede torácica; linfonodos afetados.
IV - Com metástases a distância - os órgãos mais freqüentemente afetados são o fígado, ossos, SNC,
pulmões, supra-renal.
LOCALIZAÇÃO DO NÓDULO TUMORAL
quadrante externo superior - 40%
quadrante interno superior - 20%
quadrante externo inferior - 10%
quadrante interno inferior - 10%
bilateral - 5%
região periareolar ou mamilo - 3%
TRATAMENTO
Nos EUA, nos estádios I, II e III a mastectomia radical é o tratamento mais usado. A RXT pré e pós-operatória está sendo bastante usada. A cirurgia conservadora está cada vez mais freqüente.
PROGNÓSTICO
Os fatores considerados para prognóstico são:
- Metástase Regional quanto maior o número de gânglios envolvidos, pior o prognóstico. Para confirmar negatividade, um mínimo de dez (10) gânglios devem ser examinados. Mesmo nos casos de axila negativa, em 70% dos casos têm cura, mas 30% sofrem metástase ou recidiva.
- Tamanho Quanto maior, mais chances de formar clones de metástase. Se maior que 3cm é elevada a taxa de recidiva e metástase.
- Receptores 70% dos C.M. com receptores respondem bem a terapia anti-hormonal.
- Índice de proliferação mitoses (considerar que quanto mais tempo para iniciar a fixação, menor o número de mitoses, porque o ciclo mitótico pode se completar - se a peça for grande, a contagem é geralmente feita na periferia). Também podem ser usados PCNA e Ki-67 (MIB-1), citofotometria de fluxo (células em suspensão) e citofotometria estática.
- Tipo Histológico 10-20% são “in situ”. Podem ser papilífero, cribiforme, comedo, ductal.
Graus de displasia - alto, intermediário, baixo. Geralmente do tipo alto grau comedo, tem microinvasão.
- O prognóstico é bom se o carcinoma for do tipo papilar. No outro extremo tem o carcinoma sarcomatóide, com pequena sobrevida em 5 anos.
Considera-se também o pleomorfismo e a diferenciação (quanto mais túbulos, mais diferenciado).
Sobrevida em 5 anos de acordo com o estadiamento
I II III IV
80% 65% 40% 10%
Ao contrário do carcinoma de colo de útero, as metástases são comuns no CM sendo por isso considerado como uma doença sistêmica. O C.M. é mais freqüente no quadrante superior externo, metastatizando nos linfonodos axilares. No quadrante externo, as células migram para os linfonodos do tórax.
A sobrevida é de 5 anos em 50% dos casos. Considera-se que 50% dos casos não são beneficiados com tratamento, 25% são de crescimento lento e 25% respondem ao tratamento.
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