terça-feira, 4 de novembro de 2014

Desidratação

DESIDRATAÇÃO

Introdução

A desidratação é um distúrbio decorrente da perda de água e eletrólitos freqüente nas crianças com diarreia e/ou vômitos. Um complexo sistema hidroregular e neuroendócrino tenta manter o equilíbrio (homeostase) entre a ingestão e a eliminação de água e sais. As decorrentes podem ocorrer nos compartimentos:
  • Extravascular (vascular e intersticial)
  • Intracelular
A perda do líquido vascular prejudica diretamente duas funções vitais: a circulação e a diurese. O déficit de líquido intracelular põe em perigo a própria estrutura das células. Diante de uma desidratação, o sistema hidrorregulador tenta limitar as perdas do líquido intersticial mantendo, dentro do possível, a integridade dos outros dois. Isto é possível, pois estes outros dois compartimentos possuem taxas elevadas de proteínas, com seu conhecido papel de retenção de água – pressão coloidosmótica.

Tipos De Desidratação Aguda

1)      Desidratação Isotônica
É a forma mais comum (70-90% dos casos), tendo como etiologia principal à diarréia e os vômitos. É caracterizada por perdas proporcionais de água e eletrólitos. Tem como achados:
(1)   Sódio plasmático entre 130-150 mEq/L;
(2)   Osmolaridade plasmática entre 280 e 310mOsm/L;
(3)   Redução do líquido extracelular (LEC), sem modificação da pressão osmótica;
(4)   Nenhuma alteração do líquido intracelular(LIC).

Quadro clínico

Na desidratação hipotônica perde-se água e eletrólitos em proporções quase iguais, não havendo grandes diferenças de osmolaridade entre os meios intra e extra celulares. Isto é, não há passagem significativa de líquidos de um compartimento para o outro. As manifestações clínicas variam de acordo com a intensidade das perdas hídricas.
São sinais de espoliação do líquido intersticial: perda de peso, depressão da fontanela, olhos encovados, mucosas secas, diminuição da elasticidade cutânea, do turgor e do tônus muscular.
Os sinais de espoliação do líquido vascular caracterizam-se por: (1) alterações do estado geral. (2) inquietude. (3) ansiedade. (4) prostração; (5) palidez; (6) colapso circulatório: extremidades frias e cianóticas, pulso rápido e fraco, diminuição da área cardíaca, oligúria ou anúria.
Com base na intensidade dos sinais clínicos, a desidratação pode ser classificada, quanto à gravidade em três graus:
Primeiro Grau ou Leve: sinais discretos de espoliação do líquido intersticial: 3 a 5% de perda de peso;
Segundo Grau ou Moderada: sinais mais evidentes: 6 a 9% de perda de peso;
Terceiro Grau ou Grave: sinais muito evidentes de espoliação (intersticial e vascular), sinais de choque: maior ou igual a 10% da perda de peso.

2)      Desidratação Hipotônica

É a forma mais grave de desidratação e corresponde a 8-20% dos casos. Caracteriza-se por uma perda de eletrólitos superior a de água.
            Tem como principais causas: a diarréia e os vômitos em crianças com desnutrição grave, respirações com soluções hipotônicas e perdas excessivas de suco gástrico. A desidratação hipotônica apresenta os seguintes achados: (1) sódio plasmático abaixo de 130mEq/L;
(2) osmolaridade plasmática menor do que 280mOsm/L;
(3) maior perda de eletrólitos do que de água;
(4) diminuição de sódio no LEC;
(5) entrada de água para o LIC.

Quadro Clínico
Como a perda de eletrólitos é maior do que a de água, o meio extracelular se encontra hipotônico em relação ao intracelular. Com isto há passagem de líquido para o interior das células, sendo assim, as perdas são para o meio externo e para o meio intracelular. O edema de células do sistema nervoso central se manifesta como agitação, convulsão e coma.
            Além disto, a criança apresenta sinais nítidos de espoliação do líquido vascular choque e anúria associados a sinais intensos de espoliação do líquido intersticial (turgor pastoso).
            Observe: ausência de sede, mucosas úmidas e presença de sinais neurológicos.

3)      Desidratação Hipertônica

É uma outra forma perigosa de desidratação corresponde a 2-10% dos casos. Observa-se perda de água maior do que a de eletrólitos.
            As principais causas são: reposição com soluções hipertônicas, diabetes insipidus e uso de diuréticos osmóticos.
            Os principais achados são:
(1)   sódio plasmático acima de 150mEq/I;
(2)   osmolaridade plasmática maior do que 310mOsm/L;
(3)   maior perda de água do que de eletrólitos;
(4)   maior concentração de sais no LEC;
(5)   saída de água do LIC;
(6)   desidratação intracelular.

Quadro clínico

Nesta situação o líquido extracelular apresenta osmolaridade superior a do líquido intracelular. Com isto há passagem de água do meio intracelular para o meio extracelular. A desidratação intracelular é manifesta como febre alta, sede intensa, irritabilidade, meningismo, convulsões e coma.
      Apresenta-se em recém nascidos ou lactentes jovens (2-3 meses), com sede intensa e poucos sinais clássicos de desidratação.
      Se após essa etapa, a criança continuar desidratada, administrar mais 25 a 50 ml/kg de peso em duas horas.
      Deve-se assegurar um acesso venoso adequado (agulhas calibrosas, dois acessos venosos simultâneos), que garantam a infusão do volume total prescrito, no máximo, em quatro horas.
      A fase de expansão (rápida) termina quando há melhora clínica da criança, com desaparecimento dos sinais de desidratação.
      Nesta fase, é muito importante a reavaliação da criança, pelo menos a cada hora, pelo profissional de saúde.


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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Teste de coombs

O teste de Coombs direto é um método que permite a identificação da presença de anticorpos fixados sobre as hemácias. Tecnicamente, baseia-se no fato de que os anticorpos que recobrem as hemácias podem ser identificados pela adição de anticorpos antigamaglobulina humana. Quando positivo, ou seja, indicando a presença de anticorpos aderidos às hemácias, formam-se pontes entre elas, levando ao fenômeno visível de aglutinação.

O teste de Coombs contribui diretamente para o diagnóstico da anemia autoimune, pois sua positividade confirma que o anticorpo foi fixado in vivo à hemácia do paciente, auxiliando dessa forma o diagnóstico diferencial com outras anemias hemolíticas, como as causadas por alterações da hemoglobina ou da estrutura da hemácia. É importante também no diagnóstico das anemias hemolíticas do recém-nato e das anemias induzidas por drogas. Embora o teste de Coombs seja extremamente sensível, um resultado negativo não exclui a presença de anticorpos ligados às hemácias.

TESTE DE COOMBS INDIRETO

O teste de Coombs indireto permite a identificação de anticorpos antieritrocitários no soro. É importante para a avaliação de gestantes Rh (-) (avaliação de sensibilização), em pacientes com Rh (-) para avaliação da variante Du e nas fases pré-transfusionais, especialmente em pacientes já transfundidos, em que pode ter ocorrido sensibilização para Rh e outros sistemas.

O teste indireto identifica in vitro diferentes anticorpos, de acordo com a fase do teste que apresentou positividade. O teste é realizado em quatro diferentes etapas, conhecidas como: fase fria (reativos à temperatura ambiente), geralmente anticorpos da classe IgM; fase em meio proteico, identifica os anticorpos IgM e também anticorpos incompletos (da classe IgG); fase quente (à temperatura de 37°C), detecta anticorpos que só reagem a essa temperatura (geralmente IgG); e a última etapa, que identifica aglutininas da classe IgG e anticorpos fixadores de complemento.

A ocorrência de aglutinação e/ou de hemólise durante quaisquer das etapas indica a possibilidade da presença de anticorpos irregulares.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Alterações fisiológicas nos idosos

Em relação aos fatores físicos ocorrem alterações em todos os órgãos e sistemas do organismo, prejudicando não só sua função, mas também a sua reabilitação. Várias alterações relacionadas à idade surgem de forma sutil como:

Diminuição da atividade cerebral que leva a diminuição de reflexos e sensibilidade diminui a capacidade intelectual com alterações na atenção.

Diminuição da estatura devido à compressão das vértebras e o achatamento dos discos invertebrais. 

Apresenta perda de equilíbrio devido às mudanças motoras, os ombros se curvam, a cabeça se inclina para adiante e a curvatura dorsal acentua-se, ocorre também flexão nos joelhos, os ossos tornam-se menos resistentes e esponjosos devido à descalcificação.

As articulações se tornam mais frágeis, ocorre perda do tônus muscular, ocasionando atrofia muscular. Sendo o coração um órgão muscular, aumenta-se o volume, a frequência cardíaca diminui e diminui também o volume de sangue que o coração bombeia. Os pulmões também diminuem de tamanho e peso.

Alterações na pele – perde a capacidade de umidade, não retém líquido ficando seca e escamosa (cerose). A cerose é quase sempre acompanhada de prurido (coceira) além da descamação da pele. É mais frequente em mulheres devido a diminuição na produção de certos hormônios como o estrógeno e progesterona levando ao ressecamento e afinamento da pele.

Cabelos e unhas frágeis – os cabelos ficam mais finos devido à diminuição da atividade dos folículos pilosos que com o tempo não substituem os pelos com eficiência. As unhas ficam quebradiças e espessas devido à diminuição de acesso vascular.

Alterações nas glândulas sudoríparas e sebáceas – se atrofiam fazendo com que haja uma diminuição na capacidade da pele fornecer lubrificação causando o ressecamento generalizado da pele.

Alterações funcionais que levam ao idoso a apresentar mudanças no funcionamento adequado do organismo causando vários transtornos

Alteração na visão – diminuição da acuidade visual, diminuição do campo visual periférico, diminuição da adaptação claro/escuro, diminuição da noção de profundidade e diminuição da identificação de cores.

Alterações na audição – diminuição na percepção e discriminação de sons da fala e ambiente.

Alterações do paladar – diminuição da sensação degustativa,  diminuição do interesse pela comida e diminuição na percepção de odores.

Alterações no tato – diminuição da sensibilidade da palma das mãos e na sola dos pés e diminuição da percepção de estímulos nocivos.

Espero que tenham gostado e que os ajude a entender como funciona o sistema de um idoso, e que se às vezes o idoso reclama muito não é porque está insatisfeito com algo, mas porque seu corpo está sofrendo mutações normais da idade e novas a ele.