SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta
rede de tubos de vários tipos e calibres, que põe em comunicação todas as
partes do corpo.
Dentro desses tubos circula o sangue, impulsionado
pelas contrações rítmicas do coração.
Os principais componentes do sistema circulatório
são: coração, vasos sangüíneos, sangue, vasos linfáticos e linfa.
- Fatores
que aumentam a freqüência cardíaca
- Fatores
que diminuem a freqüência cardíaca
- Queda
da pressão arterial: inspiração excitação,raiva,dor, hipóxia,exercício,
adrenalina,febre.
- Aumento
da pressão arterial expiração tristeza
ESTRUTURA E FUNÇÃO CARDÍACA
- Coração:
órgão muscular
oco
- Localização:
centro do tórax,
sobre o diafragma, ocupa espaço entre os pulmões, pesa aproximadamente
300gr.
- Função:
Bombear o sangue
para os tecidos, suprindo de oxigênio e nutrientes e retirando dióxido de
carbono e produtos da degradação metabólica.
- A
direita: Volume
ejetado para os pulmões
- A
esquerda: volume
ejetado para a aorta – todo o organismo.
- Ação
propulsora do coração: contração
sistólica (sístole) e relaxamento (diástole) da parede muscular.
- Freqüência
cardíaca: 60 a
100 bat/min / 70ml de cada ventrículo por batimento / débito total
aproximadamente 5l/min.
ANATOMIA
- Espaço
torácico entre dois pulmões:
mediastino cujo maior parte é ocupada pelo coração, que é envolvido pelo
pericárdio.
- Câmaras
Cardíacas: átrio
e ventrículo à direita e esquerda, parede entre as câmaras cardíacas:
septo
- Ventrículo ejeta sangue para as artérias
- Átrio recebe sangue das veias.
ù Ventrículo direito –
anteriormente baixo do esterno
ù Ventrículo esquerdo –
posteriormente responsável pelo batimento apical.
ù Atrioventriculares – tricúspide – entre o átrio esquerdo
ventrículo direito mitral entre átrio e ventrículo esquerdos.
ù Semilunares – entre cada ventrículo e sua artéria
Pulmonar
– entre ventrículo direito e artéria pulmonar
Aórtica
– entre ventrículo esquerdo e aorta.
ù Origina-se da aorta
ù Fornece sangue ao músculo
cardíaco
ù Coração utiliza 70 a 80%
oxigênio liberado pelas artérias coronarianas
ù Outros órgãos: um quarto
do oxigênio oferecido.
- Músculo
cardíaco (miocárdio):
ù Tecido muscular
especializado que compõe a parede do coração
ù Controle involuntário
ù Revestimento interno :
endocárdio
ù Superfície externa:
epicárdio.
Funções do Sistema Cardiovascular
ØTransporte
de gases
Ø
Transporte de nutrientes
Ø
Transporte de resíduos metabólicos
Ø
Transporte de hormônios
Ø
Transporte de calor
Ø
Distribuição de mecanismo de defesa
Ø
Coagulação sangüínea
EXAMES
ù Sódio (Na) á Hipernatremia: déficit
hídrico
ù Sódio (Na) â Hiponatremia: excesso de
líquido
ù Cálcio (Ca) á Hipercalcemia ou â Hipocalcemia; arritmias
ù Potássio ( K) Indicação
função renal: á Hipercalemia ou â Hipocalemia: Precipita a
fibrilação ventricular ou parada cardíaca.
- Eletrocardiografia
- Radiografia do tórax
- Cateterismo Cardíaco
- Angiografia
- Ecocardiografia
ANGIOPLASTIA
O que é?
É uma técnica que utiliza
um minúsculo balão inflado dentro da artéria obstruída com placas de gordura e
sangue, além de uma minitela de aço que, aberta, facilita a passagem do sangue.
1983 nos EUA e chegou ao Brasil
na década passada. Agora, os pacientes também recebem, durante a operação, uma
substância que impede o reinfarto.
O abciximab torna mais
eficiente a cirurgia e reduziu para 4% a mortalidade entre infartados atendidos
em hospitais.
Ø
Angioplastia Coronariana:
É uma técnica que utiliza um minúsculo balão
inflado dentro da artéria obstruída com placas de ateroma e sangue (pode ser
utilizado Stent – prevenir risco de reestenose), minitela de aço que, aberta,
facilita a passagem do sangue para o miocárdio.
Identificada a área obstruída, coloca-se um
fio através do cateter. Há um balão vazio nesse fio, que é inflado no local de
bloqueio, esmagando as placas de ateroma que provocaram a obstrução, o balão
quando cheio, além de esmagar a placa de obstrução, monta o stent. Que fixa na
parede interna da artéria e impede que esta se feche.
ðO
balão que acompanhou o fio durante a angioplastia é esvaziado e retirado da
artéria. Mas o stent permanece, e o sangue volta a circular normalmente.
ðDepois,
o fio é retirado junto com o tubo do cateter que lhe deu passagem.
Uma evolução: o
stent (tela de aço inoxidável) acompanha o balão e consegue aumentar a eficácia
do procedimento.
Identificada a área obstruída,
coloca-se um fio através do cateter. Há um balão vazio nesse fio, que é inflado
no local de bloqueio, esmagando as placas que provocaram o entupimento. Uma
evolução: o stent (tela de aço inoxidável) acompanha o balão e consegue
aumentar a eficácia do procedimento.
Além de esmagar a placa de
obstrução, o balão, quando cheio, monta o stent. A tela de aço, já
montada, cola na parede interna da artéria e impede que esta se feche.
O balão que acompanhou o fio
durante a angioplastia esvazia e é retirado da artéria. Mas o stent
permanece. No momento em que o balão seca, o sangue volta a circular normalmente.
Depois de instalado o stent,
o fio é retirado junto com o tubo do catéter que lhe deu passagem. As chances
de sucesso da angioplastia com stent chegam a 98%.
Restrições: não pode ser usada em:
Pessoas com mais de 80 anos;
Pacientes que sofrem de doenças
hemorrágicas, pois o remédio impede a coagulação;
Quem fez a cirurgia nos últimos 6
meses;
Quem sofreu avc nos últimos dois
anos.
O cateterismo é o primeiro passo. Para ver o local da
obstrução, é inserido um cateter (tubo com um visor) que identifica até onde o
sangue ainda chega dentro da artéria.
CIRURGIAS CARDÍACAS
Todas as cirurgias realizadas no Coração ou
na Artéria Aorta
Existem vários tipos de Cirurgia Cardíaca, as
mais comuns:
ü
A- Revascularização do Miocárdio (Pontes de Safena)
ü
B- Correção de Doenças Valvares
ü
C- Correção de Doenças da Artéria Aorta
ü
D- Correção de Cardiopatias Congênitas
ü
E- Transplante Cardíaco
ü
F- Implante de Marcapasso Cardíaco
PATOLOGIAS CARDÍACAS
SOPRO DO CORAÇÃO
É uma alteração no
fluxo por problemas em uma ou mais válvulas cardíacas ou por lesões nas paredes
das câmaras.
Causa:
febre reumática, a insuficiência cardíaca e o infarto, que podem modificar as
válvulas.
Sintomas:
ruídos anormais, percebidos quando se ausculta o peito e ouve um som
semelhante ao de um fole. O problema pode ser diagnosticado de maneira mais
precisa pelo exame de ecocardiograma, que mostra o fluxo sangüíneo dentro do
coração.
Tratamento:
medicamentos e intervenções cirúrgicas
para conserto ou substituição das válvulas, que poderão ser de material
biológico ou fabricadas a partir de ligas metálicas.
Prevenção:
Não há uma maneira de prevenir o sopro. Mas existem formas de evitar que ele se
agrave. Para isso, é importante que você saiba se tem ou não o problema,
realizando exames de check-up.
Infarto do miocárdio
É a morte de uma área do músculo cardíaco,
cujas células ficaram sem receber sangue com oxigênio e nutrientes.
A interrupção do fluxo de sangue para o
coração pode acontecer de várias maneiras. :
A gordura vai se acumulando nas
paredes das coronárias (artérias que irrigam o próprio coração). Então, basta
um espasmo — provocado pelo estresse — para que a passagem da circulação se
feche.
entupimento - quando as placas de
gordura entopem completamente a artéria, o sangue não passa.
Dessa forma, as células no trecho
que deixou de ser banhado pela circulação acabam morrendo.
trombose.
Revascularização do miocárdio
Durante a cirurgia um vaso
sanguíneo, que pode ser a veia safena (da perda), a artéria radial (do braço)
e/ou as artérias mamárias (direita ou esquerda) são implantadas no coração,
formando uma ponte para normalizar o fluxo sanguíneo. O número de pontes pode
variar de 1 a 5, dependendo da necessidade do paciente.
ATEROSCLEROSE CORONARIANA
Acúmulo anormal de substâncias lipídicas
(gordurosas) e tecido fibroso na parede vascular
Manifestações clínicas
- De
acordo com o grau de estreitamento da luz arterial e obstrução do fluxo
sanguíneo para o miocárdio
- Isquemia
- Angina
- Morte
súbita
Prevenção
- Anormalidades
do colesterol
- Fumo
- Hipertensão
- Diabete
Melito
ANGINA
Síndrome clínica caracterizada por episódios
de dor ou pressão na parte anterior do tórax
Causa: fluxo coronariano
insuficiente
Aporte insuficiente de oxigênio para atender
a uma demanda miocárdica aumentada de oxigênio em resposta ao esforço físico ou
estresse emocional
Manifestações clínicas
- Dor
torácica (desconforto => agonizante)
- Irradiação
para pescoço, mandíbula, ombros e
braços esquerdo
- Sensação
de peso, sufocação, estrangulamento
- Fraqueza
e dormência nos braços
- Falta
de ar
Manifestações clínicas
- Palidez
- Diaforese
- Vertigem,
desmaio
- Náusea,
vômito;
- Ansiedade
Observações
- Uma
importante característica da angina é que ela diminui imediatamente com o
repouso.
- Diabete
melito
- Considerações
gerontológicas
Tratamento
- Diminuir
a demanda de oxigênio do miocárdio e aumentar o aporte de oxigênio
- Terapia
farmacológica (nitroglicerina, bloqueadores beta-adrenérgicos,
bloqueadores dos canais de cálcio, antiplaquetários e anticoagulantes)
- Administração
de oxigênio
INFARTO DO MIOCÁRDIO
Processo pelo qual áreas de células
miocárdicas no coração são destruídas de maneira permanente
Manifestações clínicas
- Dor
súbita e contínua, apesar do repouso e medicações
- Ansiedade
e agitação
- Pele
fria, pálida e úmida
- FC e FR
aumentadas
Tratamento
- Angioplastia
- Terapia
farmacológica (trombolíticos, analgésico, inibidor da enzima conversora de
angiotensina)
- Cuidados
de enfermagem
EDEMA AGUDO DE PULMÃO
Acúmulo anormal de líquido nos pulmões
Manifestações clínicas
- Edema
periférico
- Ansiedade
e agitação
- Dispnéia,
sensação de sufocação
- Pele
fria, úmida e cianótica
- Pulso
fraco e rápido com estase jugular
- Tosse
incessante com presença de secreção rósea
- Progride
para confusão e torpor
Tratamento
- Oxigenoterapia
- Morfina
- Diurético
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
CONGESTIVA (ICC)
Incapacidade do coração de bombear sangue
suficiente para satisfazer as necessidades de oxigênio e nutrientes para os
tecidos
Manifestações clínicas
- Perfusão
tecidual inadequada
- Tonteira
- Confusão
- Fadiga,
intolerância aos esforços
- Extremidades
frias
- Oligúria
- Edema
pulmonar
Tratamento
- Reduzir
o trabalho do coração
- Aumentar
força e eficiência da contração miocárdica
- Eliminar
acúmulo excessivo de água corporal, ao evitar a ingesta hídrica,
controlando a dieta e monitorizando a terapia com diuréticos e inibidores
da enzima conversora de angiotensina
- Terapia
farmacológica:
- Inibidores
da ECA
- Diurético
- Digitálico
- Dobutamina
- Milrinone
- Terapia
nutricional
ENDOCARDITE REUMÁTICA
Característica
Febre reumática – doença sistêmica causada pela infecção
por um estreptococo, afetando toda a articulação produzindo a poliartrite. As
lesões dos tecidos não são causadas diretamente pelos microorganismos
patogênicos mas representam fenômenos que ocorre em resposta ao estreptococo
hemolítico, leucócitos se acumulam formando nódulos substituídos por fibrose.
Manifestações clínicas
- ICC a esquerda dispnéia, estretores e sibilos.
Tratamento
ENDOCARDITE INFECCIOSA
Causas:
- Infecção das válvulas e superfície endotelial do
coração causada por bactéria ou outros microorganismos.
Manifestações clínicas
- Mal estar
- Anorexia
- Emagrecimento
- Tosse
- Dores articulares e lombares
- Febre intermitente ou ausente
- Petéquias
- Cefaléia
- Isquemia transitória
- Síncopes
Tratamento
- Terapia com antimicrobianos após identificação
agente (hemocultura/antibiograma)
MIOCARDITE
Características
Processo inflamatório. Resulta de
processo infeccioso ou dos estados de hipersensibilidade (febre reumática).
Pode causar dilatação cardíaca. Trombos, infiltração celulares sanguíneas
circulantes ao redor dos vasos coronarianos e entre fibras musculares e
degeneração destas.
Manifestações clinicas
- Dependem tipos de infecção
- Grau de lesão miocárdica
- Capacidade de recuperação do miocárdio
- Fadiga
- Dispnéia
- Desconforto precordial
- Febre
- Taquicardíaca
- Crescimento cardíaco (com ICC)
- Bulhas fracas e alteradas.
Tratamento
- Terapia com antimicrobianos
- Repouso
- Monitorização cardíaca
- Sinas vitais
- Uso de digitálicos
- Atenção para sinais de intoxicação (arritmia,
anorexia, náuseas, vômitos, bradicardia, cefaléia, diarréia e mal estar)
PERICARDITE
Características
Causas
- Etiologia inespecíficas
- Distúrbio dos tecidos conjuntivos (lupus, artrite
reumatóide, outros)
- Estados de hipersensibilidades, doença de estruturas
adjacentes, doenças neoplásticas, radioterapia, traumatismos e outros.
Manifestações Clínicas
- Dor precordial
- Subclavicular
- Região cervical e escapular esquerda
- Atrito pericárdico
- Febre
Tratamento
- Determinar causa, específico.
- Alerta para tamponamento cardíaco (pressão arterial
em declínio)
- Pressão venosa crescente e bulhas abafadas)
- Repouso
- Fármacos
- Meperidina ou morfina para dor
- Salicilatos
- Corticóides
- Antimicrobianos
DOENÇA VASCULAR PERIFÉRICA
As doenças vasculares periféricas são caracterizadas por
uma diminuição no fluxo de sangue nos membros superiores e inferiores
(especialmente nesses) devido a obstruções existentes nas artérias. As
obstruções normalmente são causadas por placas de ateroma (gordura associado a
células) que se depositam no interior das artérias e, gradualmente vão causando
um estreitamento no seu interior e como conseqüência diminuindo o aporte de
sangue e oxigênio que irriga esses membros. Os principais fatores de risco para
doença vascular periférica são: hipertensão arterial, sedentarismo, fatores
genéticos, aumento do colesterol sanguíneo e, principalmente, diabetes e
tabagismo.
As manifestações clínicas dessa doença vão desde
diminuição da temperatura ou dores/desconforto nos membros inferiores
desencadeadas pelo esforço físico (caminhadas ou corridas) que aliviam com o
repouso até, em casos mais graves, dor em repouso associada a alterações nas
extremidades dos membros podendo levar até a amputação.
O diagnóstico da doença vascular periférica é feito de
forma muito simples através da realização de medidas de pressão nos membros
inferiores e superiores (chamado de índice tornozelo-braço), da
ultrassonografia com dopller das artérias dos membros que pode, de acordo com seu
resultado, indicar a necessidade de exames adicionais tais como arteriografia,
angiotomografia ou angioressonância nuclear magnética.
A cessação do tabagismo aliada à realização de exercícios
físicos regulares, controle rigoroso de pressão arterial e dos níveis de
glicose são fundamentais no tratamento dessa patologia. Dependendo do grau de
obstrução das artérias e dos sintomas do paciente o cirurgião vascular irá
optar pelo tratamento apropriado que pode ser feito através de cirurgia
convencional ou através do que chamamos de terapia endovascular (pelo uso de
cateteres) sem a necessidade de cortes. Em alguns casos o uso de medicamentos
associados ao
controle
dos fatores de risco proporciona alívio importante dos sintomas dispensando
a necessidade de intervenção cirúrgica.
Hoje em dia consideramos a doença vascular periférica
como um marcador de risco cardiovascular global e sua presença sugere
fortemente a presença de tais obstruções em outros locais como as artérias
coronárias (que irrigam o coração) e artérias que irrigam o cérebro aumentando
o risco de infarto agudo do miocárdio e de acidente vascular cerebral (derrame
cerebral).
É muito importante reconhecer precocemente os sintomas da
doença vascular periférica e consultar um médico evitando assim conseqüências
desastrosas e traumáticas.
Dr. Daniel Souto Silveira
A
doença vascular periférica (DVP) responsável pela insuficiência arterial é o
fator mais importante relacionado a evolução de uma úlcera no pé. Em pacientes
diabéticos, a arteriosclerose e a esclerose da média são as causas mais comuns
da doença arterial. A arteriosclerose causa isquemia pelo estreitamento e
oclusão dos vasos. A esclerose da média (esclerose de Moenckeberg) é a
calcificação da camada média produzindo um conduto rígido sem, no entanto,
invadir o lúmen arterial. Assim, a esclerose da média não causa isquemia, mas o
conduto arterial rígido pode interferir de forma grave nas medições indiretas
da pressão arterial. Finalmente, a microangiopatia não deve ser aceita como
causa primaria de lesões na pele. A doença vascular periférica está presente
por ocasião do diagnóstico em 8% dos pacientes diabéticos; 15% após 10 anos e
42% depois de 20 anos.
Amputação do 4 pododáctilo,
necrose do halux
FISIOPATOLOGIA
Os
fatores associados a elevada prevalência de arteriosclerose são o fumo, a
hipertensão e o diabetes. O acumulo de colesterol nas paredes dos vasos é o
passo crucial para a aterogênese. Durante este processo, placas são formadas na
camada íntima, as quais podem ulcerar e produzir subseqüente trombose. Isto
estreita e obstrui as artérias reduzindo o fluxo sangüíneo (Hemorreologia) e a
pressão de perfusão nos tecidos periféricos. O processo é, na sua maioria,
segmentar, deixando segmentos distais, como as artérias crurais ou pedais
abertas e acessíveis a reconstrução vascular. Após a obstrução arterial,
algumas alterações microcirculatórias ocorrem, a menos que a obstrução seja
compensada por vasos colaterais.
A
DVP pode ser considerada como um sinal da doença ateroesclerótica geral. Assim
o coração e as artérias carótidas devem também ser examinadas em pacientes com
DVP. Ainda não se sabe precisamente porque os pacientes diabéticos tem uma
maior predisposição para desenvolver a doença ateroesclerótica vascular, mas é
possível que as alterações nas lipoproteínas circulantes resultem em um perfil
lipídico mais aterogênico, com baixo colesterol HDL e elevação nos
triglicérides. O papel da hiperglicemia na aterogênese é ainda menos claro e
aberto a suposições.
Os fatores de risco para a instalação da DVP incluem: predisposição genética,
idade, duração do diabete, fumo, hipertensão (sistólica ou diastólica),
hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, hiperglicemia, obesidade de tronco,
hiperinsulinemia, proteinúria, diálise e medicamentos (ex. agentes inotrópicos
ou beta bloqueadores).
SINAIS E SINTOMAS DE DVP
Quando
os vasos colaterais compensam de forma adequada a obstrução da artéria, pode
ser que não haja sintomas em repouso, todavia, quando a demanda pelo fluxo
sangüíneo aumenta, por exemplo, durante caminhadas, pode ocorrer a claudicação
intermitente. Os sintomas na fase final são dor em repouso, particularmente a
noite, e ulceração ou gangrena.
- CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE: A palavra claudicação procede da
palavra latina "claudicatio"
que significa manquejar, porém os pacientes com claudicação não mancam,
eles param para repousar. A dor associada a claudicação intermitente é
caracterizada por cãibra ou dor contínua, freqüentemente na panturrilha.
Ela ocorre ao andar e é aliviada quando a pessoa interrompe a marcha, sem
a necessidade de sentar-se. A claudicação intermitente ocorre mais
comumente como dor na panturrilha, porém a obstrução vascular mias alta
(ex. na aorta) causará dor nas nádegas e na parte superior das coxas e
freqüentemente está acompanhada de Impotência. Isso é conhecido como "Síndrome de Leriche".
A obstrução das artérias ilíacas causa dor na porção inferior da coxa.
- PÉS FRIOS: É uma queixa comum em pacientes
com insuficiência vascular periférica, obrigando-os ao uso de garrafas de
água quente, almofadas aquecidas e compressas úmidas quentes. Essas práticas
podem ocasionar intensa queimadura do pé insensível ao calor, devido à
neuropatia periférica.
- DOR NOTURNA: É uma forma de neurite
isquêmica que geralmente precede a dor em repouso. Ela ocorre a noite, já
que durante o sono a circulação é geralmente do tipo central, com
diminuição da perfusão das extremidades inferiores. A neurite isquêmica
resultante torna-se intensa e interrompe o sono.
- DOR AO REPOUSO: A dor em repouso, geralmente
indica a presença de pelo menos duas obstruções arteriais hemodinamicamente
significantes. Trata-se de uma dor persistente causada por isquemia do
nervo. Apresenta picos de intensidade, piora a noite e pode requerer uso
de narcóticos para seu alívio. Dores noturnas e ao repouso aliviadas
quando em posição pendente. Essa posição aumenta o débito cardíaco,
levando a menor perfusão das extremidades inferiores e ao alívio da
neurite isquêmica.
- AUSÊNCIA DE PULSACÕES: Caso a zona poplítea esteja
obstruída, é possível que haja diferença na temperatura da pele em ambas
as áreas patelares. A pele em torno do joelho, do lado isquêmico, muitas
vezes é mais quente, devido aos vasos colaterais que se formam em torno da
artéria poplítea obstruída.
- PALIDEZ À ELEVAÇÃO: A palidez do pé, provocada por
sua elevação e o retardo do enchimento capilar venoso são indicativos de
isquemia.
- DEMORA DO ENCHIMENTO VENOSO APÓS A
ELEVAÇÃO:
Normalmente o tempo de enchimento venoso e capilar é inferior a quinze
segundos. Esse tempo pode ser prorrogado para minutos, quando a
extremidade está gravemente isquêmica. Um tempo de enchimento capilar
venoso além de quarenta segundos, indica isquemia muito grave.
- RUBOR NA POSIÇÃO PENDENTE:
1. As extremidades com DVP grave, apresentam rubor após a permanência em
posição pendente
2. Os pacientes com varizes também apresentam rubor na posição pendente
devido a estase venosa.
As
alterações isquêmicas da pele são caracterizadas por pele fria, atrófica e
brilhante, perda dos pelos no dorso dos pés e dedos, espessamento das unhas e
freqüentemente infecções fúngicas. As unhas tendem a crescer mais lentamente
quando a irrigação sanguínea está diminuída. A medida que se instala nova
isquemia, o tecido subcutâneo se atrofia. A pele parece brilhante e rigidamente
esticada sobre o pé. Pode ocorrer ulceração desses pés vulneráveis a pequenos
traumatismos. A DVP contribui para a amputação ao impedir o fornecimento de
oxigênio, nutriente (necessários para a cicatrização das feridas) e de
antibiótico para combater a infecção.
TRATAMENTO
DA DOENÇA VASCULAR PERIFÉRICA
Em
um paciente com uma úlcera no pé, a estimativa de probabilidade de cicatrização
da lesão deve ser baseada em exames clínicos e, se possível, em testes não
invasivos. A revascularização deve ser considerada quando:
- A probabilidade de cicatrização
for demasiadamente baixa ou se o paciente apresentar dor isquêmica
persistente e em repouso.
- A claudicação intermitente ameaça
as atividades profissionais do paciente ou limita seu estilo de vida. Em
todos esses casos, a árvore arterial dos membros inferiores, incluindo as
artérias pedais, devem ser visualizadas.
Várias técnicas podem ser
utilizadas:
- Na maioria dos serviços,
realiza-se a arteriografia do membro inferior a partir da técnica de
Seldinger, combinada ou não a angiografia de subtração digital. Caso não se
detectem sinais de doença vascular mais proximal, o exame pode
restringir-se a uma das pernas com punção da artéria femural para limitar
a quantidade do meio de contraste.
- A arteriografia pode ser
substituída ou complementada pela angiografia, pela angioressonância
magnética ou exames com ecodoppler duplex. Estas técnicas, no entanto,
ainda estão sob avaliação e exigem experiência. A fim de evitar a
nefropatia pelo contraste, uma hidratação adequada e o controle da
glicemia antes, durante e após a angiografia são obrigatórios.
A
reconstrução arterial pode ser realizada por procedimentos abertos, tais como
bypass, ou mais raramente, uma tromboendarterectomia ou um procedimento
intravascular geralmente utilizando-se um balão de dilatação, angioplastia
transluminal percutânea. Os procedimentos intravasculares podem apenas ser
realizados se as lesões arteriais forem pequenas. O bypass geralmente é
requerido em oclusões longas. O uso da veia safena magna é superior aos
enxertos sintéticos.
Relatos
mais recentes sugerem que a magnitude da durabilidade é semelhante tanto entre
pacientes diabéticos quanto nos não diabéticos.
O
procedimento de revascularização é tecnicamente possível na maior parte dos
pacientes que sofrem de isquemia crítica. Os resultados publicados, tanto a
curto quanto a longo prazo, tem sido excelentes, portanto, uma abordagem mais
incisiva aos procedimentos de revascularização deve ser efetuada. Sempre que
uma amputação em nível maior for aventada, a opção da revascularização deve ser
primeiramente considerada.
A
terapia farmacológica, tendo como alvo a manutenção da patência após a
reconstrução vascular, é controversa, embora o ácido acetil salicílico (AAS)
seja utilizado pela maioria dos cirurgiões vasculares. Um seguimento cuidadoso
dos enxertos venosos, por meio de ecodoppler duplex, durante o primeiro ano
após cirurgia, deve ser conduzido visando a detecção e a correção de estenoses
progressivas, como também a prevenção de eventual oclusão. Tais medidas melhoram
a patência do enxerto.
EMBOLIA ARTERIAL
Interrupção repentina do
fluxo sangüíneo para um órgão ou parte do corpo. A interrupção ocorre quando a
artéria fica bloqueada por um objeto (coágulo sangüíneo ou
placa aterosclerótica) que se deslocou para a corrente sangüínea desde seu
ponto de origem até um novo local.
Causas, incidência e fatores de risco:
A
embolia é uma condição
na qual um coágulo (ou um pedaço de placa que age como um coágulo) viaja do
lugar onde se formou para um novo local no corpo. Nesse novo local o coágulo
pode se alojar em uma artéria e bloquear o fluxo sanguíneo. Esse bloqueio priva
os tecidos locais do recebimento de seu fluxo sanguíneo normal e de oxigênio
(isquemia), condição essa que pode causar danos ou destruir, e até matar, os
tecidos daquele órgão (necrose).
A
embolia arterial pode ser causado por um único êmbolo, ou por muitos. Os riscos
incluem a ocorrência de fibrilação atrial,
porque o fluxo sanguíneo passando pelos átrios pode ser lento o bastante para
desencadear a formação de coágulos, que então podem viajar pela corrente sanguínea. Os fatores que indicam uma tendência maior para a formação de coágulos também podem estar associados a um risco maior. Entre esses fatores
estão: lesão ou dano a uma parede arterial, condições hematológicas
(componentes do sangue) associadas a um aumento de coagulação (como a contagem
plaquetária aumentada) e outros distúrbios.
A
embolia arterial pode envolver as extremidades, especialmente as pernas e pés.
Alguns quadros envolvem o cérebro ou o coração, causando um derrame cerebral ou um
ataque cardíaco. Os
locais menos comuns para a ocorrência de embolismo são os rins, os intestinos e
outras áreas.