sábado, 31 de janeiro de 2015

Amniocentese



O que é a amniocentese?

A amniocentese é um exame invasivo no qual uma amostra do líquido amniótico é retirada de dentro do útero e examinada em laboratório, para determinar se o bebê possui algum problema de saúde. Trata-se de um exame diagnóstico, o que significa que é capaz de dizer praticamente com certeza se o bebê tem ou não determinado problema. A amniocentese é um dos grandes avanços no acompanhamento da gravidez. Além de diagnosticar síndromes cromossômicas (como a síndrome de Down), também revela o sexo do bebê e a maturidade dos pulmões dele.

Que tipo de problema a amniocentese detecta?

O exame é capaz de identificar centenas de síndromes:
Problemas cromossômicos como a síndrome de Down e a trissomia do cromossomo 18.
Defeitos congênitos no tubo neural como espinha bífida e anencefalia (que também são detectáveis mais tarde pelo ultra-som).

A amniocentese também revela se há incompatibilidade do fator Rh entre a mãe e o bebê (se o bebê for Rh positivo e a mãe Rh negativo), e, mais no final da gravidez, se os pulmões do bebê já estão maduros, caso os médicos estejam pensando em antecipar o parto. O exame, no entanto, não diagnostica todos os tipos de anormalidades. Um dos exemplos é que só pela amniocentese não dá para saber se a criança tem lábio leporino ou fenda palatina. Esses problemas podem ser diagnosticados por uma ultra-sonografia detalhada.

Tenho de fazer a amniocentese?

Esse exame não é realizado de rotina numa gravidez normal. A indicação para o exame é o fato de a mãe apresentar um risco maior de ter um bebê com síndrome de Down, como ter mais de 35 anos de idade ou casos de anormalidades congênitas ou genéticas na família, tanto da mãe quanto do pai. Também pode haver indicação para a amniocentese se o médico tiver detectado alguma alteração no exame de translucência nucal, realizado por ultra-som entre a 11a e a 13a semana de gravidez. Normalmente, o exame é feito a pedido dos pais, e não por indicação médica.

No Brasil, ao contrário do que acontece em alguns outros países, a lei não permite a interrupção da gravidez em caso de um defeito genético como a síndrome de Down, mas em alguns casos juízes têm autorizado abortos seletivos no caso de síndromes ou malformações que representem incompatibilidade com a vida. O resultado da amniocentese pode ajudar na tomada desse tipo de decisão, que precisa ser analisada caso a caso, sempre fundamentada com uma série de laudos. É necessária a ajuda de um advogado ou de um representante do Ministério Público, e nem sempre a autorização é obtida.

Em caso de problemas menos graves, o conhecimento prévio dos defeitos congênitos do bebê facilita o atendimento à criança logo depois do nascimento (preparação de UTI neonatal, presença de especialistas etc.), além de preparar a família para o que está por vir.

A amniocentese também pode ser usada para determinar a paternidade da criança pelo exame de DNA antes do nascimento, embora seja incomum ela ser realizada apenas por esse motivo.

Quando o exame costuma ser realizado?

A amniocentese é mais comumente feita entre a 15a e a 18a semana de gravidez. Ela pode, porém, ser realizada já na 12a semana. A realização do exame antes da 14a semana demonstrou representar um risco maior de abortamento. No segundo trimestre, já há líquido amniótico suficiente dentro do útero para que os especialistas possam retirar uma amostra adequada sem colocar o bebê em risco muito alto. Se por algum motivo o bebê tiver de nascer prematuro, o obstetra pode sugerir a realização da amniocentese para verificar se os pulmões dele já estão amadurecidos.

Como a amniocentese é feita?

A mulher permanece deitada, enquanto o médico, usando imagens de ultra-som para se orientar, identifica um bolsão de líquido amniótico a uma boa distância da placenta e do bebê. Em seguida ele insere uma agulha comprida na barriga da mãe para retirar o líquido.

Você pode conversar com o médico antes para ver se ele prefere usar uma anestesia local, mas muitos especialistas acreditam que ela não é necessária. Através da agulha, o especialista retira uma pequena quantidade de líquido amniótico -- cerca de duas colheres de sopa. O líquido contém células do bebê, substâncias e microorganismos que podem esclarecer muitas dúvidas sobre a saúde da criança.

O processo de localizar o melhor lugar para o exame, com a ajuda do ultra-som, pode levar até 20 minutos. A punção do líquido em si demora apenas cinco minutos. Depois que a agulha é retirada, a mulher pode sentir cólica. O médico vai monitorá-la para ver se o útero está contraindo, e ouvir o coração do bebê para garantir que ele não tenha sofrido nenhum estresse por causa do exame.

A amniocentese dói?

A maioria das mulheres acha que a picada da agulha dói, mas às vezes elas podem sentir mais um desconforto que dor propriamente dita. Depende da sensibilidade da pessoa. O uso de anestesia local pode amenizar um pouco a dor, mas acrescenta mais uma picada. Se você for fazer o exame, tente se concentrar na imagem do seu bebê no ultra-som, para ficar mais calma.

Depois do procedimento a mulher pode sentir cólicas, que normalmente são leves, mas para algumas são mais doloridas. O médico deve recomendar repouso depois do exame, por pelo menos 24 horas, e prescrever medicamentos para a dor, se necessário.

O exame traz riscos para o bebê?

Embora a amniocentese seja considerada um exame seguro, trata-se de um procedimento invasivo, que sempre tem riscos. Cerca de uma em cada 200 mulheres acaba sofrendo uma infecção ou algum outro tipo de complicação em consequência da amniocentese, que levam à perda do bebê. Outras mulheres têm um pequeno sangramento vaginal ou perdem um pouco de líquido amniótico.

O risco continua existindo mesmo quando a amniocentese é feita mais tardiamente, no terceiro trimestre, por exemplo.

Entre os sinais de uma possível infecção estão febre, contrações uterinas e sensibilidade na área, assim como sentir frio e calor alternadamente. Se você tiver qualquer um desses sintomas depois de uma amniocentese, procure o médico imediatamente. A perda de líquido amniótico pela vagina deve parar sozinha depois de alguns dias, mas você terá de ficar de repouso até que isso aconteça.

Em casos bastante raros, a agulha pode atingir o bebê, o que leva a complicações.

Se você não tem certeza se deve fazer a amniocentese, ou se está muito preocupada com o procedimento, tenha uma boa conversa com o médico, com antecedência. Ele vai poder orientá-la sobre os prós e os contras e contar em detalhes tudo o que acontece durante o exame.

Os resultados saem na hora?

Infelizmente não. A amostra de líquido precisa ser enviada para o laboratório, onde as células serão cultivadas. Pode levar até duas semanas para que haja células suficientes a ponto de os especialistas fazerem o diagnóstico com segurança. Existe uma nova modalidade do exame, porém, que usa análise molecular e obtém resultados preliminares em até 72 horas. A realização desse teste rápido não elimina a análise posterior, mas serve para tranquilizar os pais, já que dá o resultado sobre as síndromes cromossômicas mais comuns. O sexo do bebê também já é revelado nessa primeira leva de resultados.

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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Artrose

Artrose



A artrose (do grego artros, articulação, e do latim ose, desgaste), também chamada de osteoartrose, não é uma doença. Trata-se de um fenômeno absolutamente natural – o desgaste da cartilagem que reveste nossas articulações ou juntas – que faz parte do envelhecimento global do organismo humano, como as rugas ou as chamadas manchas senis em nossas mãos.
Em geral, a artrose é confundida com artrite, que aí, sim, denota uma doença. A artrite (do grego artros, articulação, e do latim ite, inflamação) implica na presença de uma das três características definidas por Galeno (século 3 d.C): dor, calor e rubor.
Causas
Há mais de cem causas de artrite ou inflamação articular. A mais comum e temida é a artrite reumatoide, doença de origem autoimune que provoca grave acometimento das articulações, com grande destruição das mesmas. Mas existe também a artrite psoriática, associada a formas graves de psoríase cutânea, a artrite gotosa ou go​​ta, causada pelo depósito de cristais de ácido úrico (urato), a artrite reativa, provocada por infecções, a artrite que acompanha doenças sistêmicas como o lúpus eritematoso, entre muitas outras.
Quando nos referimos à artrose ou osteoartrose, estamos falando de um reumatismo diferente, aquele que todos vamos ter (se já não temos). É o reumatismo causado pelo desgaste articular, também chamado de degenerativo. Este caráter de desgaste é muito mal compreendido e associado à doença de velhos.
Quando atingimos o auge do nosso desenvolvimento musculosquelético (em torno dos 28 anos), já se inicia um silencioso processo de desgaste articular. Se submetermos alguma de nossas articulações a um estresse precoce, como acontece em esportes em nível competitivo ou traumas, este processo pode ser ainda mais precoce.
O desgaste da cartilagem articular acontece porque os condrócitos, células formadoras do tecido cartilaginoso, não se regeneram. Assim, uma vez destruídos, não há peças sobressalentes para reparar a cartilagem. Além disso, a cartilagem articular não é vascularizada. Ou seja, não recebe seus nutrientes por meio de vasos sanguíneos, mas se nutre apenas por embebição (como uma esponja) a partir do osso situado logo abaixo da cartilagem, o chamado osso subcondral.
A partir do nosso pico de desenvolvimento osteoarticular, começa um lento, insidioso e, inicialmente, assintomático processo de desgaste, desidratação e afilamento da cartilagem, a chamada artrose.
Apesar de ser um fenômeno universal, ele não é igual para todo mundo. Por fatores genéticos, há quem apresente artrose mais precocemente; algumas pessoas têm artrose nas mãos (como suas mães ou avós), outras nos joelhos (em função de excesso de peso ou de joelhos em valgo – em xis – ou varo – pernas tortas), nos quadris ou na coluna (bicos de papagaio).
A artrose também pode se comportar mais agressivamente, com um componente inflamatório local, gerando a artrose erosiva, confundida, muitas vezes, com a artrite reumatoide. Felizmente, esta é uma minoria dos casos.
Em geral, a artrose apresenta uma grande exacerbação após a menopausa. Assim, é frequente que os sintomas se iniciem próximo desta fase. Os homens também têm artrose, mas o processo costuma ser mais lento, exceto naqueles onde a herança genética favorece um processo mais acentuado.
A artrose, muitas vezes, não causa dor, mas quando isto acontece, devemos tratá-la da melhor maneira possível.
Tratamento
Como ainda não descobrimos como regenerar o tecido cartilaginoso, devemos tratar os sintomas da artrose com analgésicos (sempre) e anti-inflamatórios (somente nas crises). Há medicamentos capazes de retardar o processo e amenizar seus sintomas: a glucosamina (associada ou não à condroitina), os chamados insaponificáveis do abacate, entre outros. O uso de medicamentos como a hidroxicloroquina pode ser útil nas artroses erosivas.
A medicação, no entanto, é apenas uma pequena parte do tratamento. Perder peso, fortalecer globalmente a musculatura, utilizar técnicas de fisioterapia, como a hidroterapia, associar acupuntura como aliada no combate a dor são algumas das medidas que podem melhorar muito os sintomas da artrose.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Pra que serve o leucograma

Para que serve o leucograma

O leucograma serve para identificar como os leucócitos, que são as células de defesa do organismo, estão se comportando. Existem 6 tipos de leucócitos diferentes e cada um deles exerce uma função específica. São eles:
  • Neutrófilos: células sanguíneas mais abundantes em relação ao sistema de defesa, sendo responsável pelo combate a bactérias. Por isso, quando os valores de neutrófilos estão altos, isto pode indicar uma infecção bacteriana
  • Segmentados ou bastões: são neutrófilos muito jovens, que foram lançados no sangue para combater uma infecção aguda. Quando seus valores estão aumentados, frequentemente recebem o nome de leucograma com desvio à esquerda
  • Linfócitos: os linfócitos combatem vírus, tumores e produzem anticorpos. Quando aumentados, podem indicar uma infecção viral, HIV ou a rejeição de um órgão transplantado, por exemplo
  • Monócitos: são células de defesa responsáveis for fagocitar (comer) micro-organismos invasores, sendo também chamados de macrófagos. Atuam contra vírus e bactérias, sem distinção
  • Eosinófilos: são células de defesa que são ativadas em caso de alergia ou caso o indivíduo tenha algum parasita intestinal
  • Basófilos: são as células de defesa que são ativadas em caso de inflamação crônica ou alergia prolongada.

Entendendo exame de sangue

*Possíveis resultados para estes exames e os valores de referência normais*

Exame de sangue VHS

O exame de sangue VHS tem valores de referência até 15 mm/h em homens com menos de 50 anos, até 30 mm/h em homens com mais de 50 anos, até 20 mm/h em mulheres com menos de 50 anos e até 42 mm/h em mulheres com mais de 50 anos.
Avalia se há inflamação
Alto: resfriado, amigdalite, infecção urinária, artrite reumatóide, lúpus.
Baixo: insuficiência hepática.

Exame de sangue CPK

O exame de sangue CPK tem valor de referência entre 32 e 294 U/L em homens e 33 a 211 U/L em mulheres.
Avalia a função cardíaca
Alto: infarto, AVC, hipotireoidismo, choque ou queimadura elétrica, alcoolismo cronico, edema pulmonar, embolia, distrofia muscular, exercício extenuantes, polimiosite, dermatomiosites, injeções intramusculares recentes e após crises convulsivas, uso de cocaína.

Exame de sangue TSH

​O exame de sangue TSH apresenta valor de referência entre 0,4 a 4,5 mU/L.
TSH - hormônio estimulador da tireóide
Alto: hipotireoidismo primário não tratado, devido a retirada de parte da tireóide.
Baixo: hipertireoidismo
T3 - triiodotironina total
Alto: Em tratamento com T3 ou T4.
Baixo: Doenças graves em geral, pós operatório, em idosos, jejum, uso de medicamentos como propranolol, amiodarona, corticoides.
T4 - Tiridoxina total
Alto: miastenia grave, gravidez, pré eclampsia, doença de grave, hipertireoidismo, anorexia nervosa, uso de medicamentos como amiodarona e propranolol.
Baixo: hipotireoidismo, nefrose, cirrose, doença de Simmonds, pré eclâmpsia ou insuficiência renal crônica.

Exame de sangue PCR

O valor de referência do exame de sangue PCR está entre os 0,25 e os 0,50 mg/dL.
Indica se há inflamção.
Alto: Inflamação arterial, infecções bacterianas como apendicite, otite média, pielonefrite, doença inflamatória pélvica; câncer, doença de Crohn, infarto, pancreatite, febre reumática, artrite reumatóide, obesidade.

Exame de sangue para o fígado

O exame de sangue para o fígado com TGO tem valor de referência entre 5 e 40 U/L, enquanto o exame de sangue para fígado com TGP apresenta valor de referência entre 7 e 56 U/L.
TGO - transaminase glutâmico-oxaloacética
Alto: morte celular, infarto, cirrose aguda, hepatite, pancreatite, doença renal, câncer, alcoolismo, queimaduras, trauma, injúria por esmagamento, distrofia muscular, gangrena.
Baixo: diabetes não controlado, beribéri.
TGP - transaminase
Alto: hepatite, icterícia, cirrose, câncer hepático, infarto, queimaduras severas, trauma, choque, mononucleose, pancreatite, obesidade.

Exame de sangue PSA

O exame de sangue PSA tem valor de referência entre 0 e 4 ng/mL, no entanto, o valor pode ser superior de acordo com a idade do indivíduo.
PSA- funcionamento da prostata
Alto: Próstata aumentada, prostatite, retenção de urina aguda, biópsia prostática por agulha, ressecção trans-uretral da próstata, câncer de próstata.
Outros parâmetros que também podem ser avaliados pelo exame de sangue são:
  • Hemograma completo: serve para avaliar os glóbulos brancos e vermelhos do sangue, sendo útil para o diagnóstico da anemia, por exemplo;
  • Colesterol: serve para avaliar o HDL, LDL e o VLDL, relacionando com o risco de doença cardiovascular;
  • Ureia e creatinina: serve para avaliar o grau do comprometimento dos rins;
  • Glicose: serve para diagnosticar a diabetes;
  • Ácido úrico: serve para avaliar o funcionamento dos rins, mas deve ser associado a outros exames;
  • Albumina: serve para ajudar a medir o estado nutricional do indivíduo.
exame de sangue de gravidez é o Beta hCG, que pode confirmar a gravidez mesmo antes do atraso da menstruação.

Hematócrito (Hct)

O hematócrito é um exame de sangue que serve para avaliar a percentagem das células vermelhas do sangue, conhecidas por glóbulos vermelhos ou hemácias, no volume total de sangue, ajudando a identificar e diagnosticar alguns problemas como a anemia, por exemplo.
O hematócrito baixo pode indicar a presença de anemia ou sangramento, já o hematócrito alto pode indicar a presença de desidratação.

Hematócrito baixo

O hematócrito baixo pode indicar a presença de:
  • Anemia;
  • Sangramento;
  • Desnutrição;
  • Falta ou diminuição de vitamina B12, ácido fólico ou ferro;
  • Leucemia;
  • Hiper-hidratação.
hematócrito baixo na gravidez pode ser indicativo de anemia, principalmente se o valor da hemoglobina e da ferritina também estiverem baixos. A anemia na gravidez é normal, no entanto, pode ser perigosa para a mãe e para o bebê.

Hematócrito alto

O hematócrito alto pode indicar a presença de:
  • Desidratação;
  • Baixos níveis de oxigênio no sangue;
  • Doença pulmonar;
  • Doença cardíaca congênita;
  • Eritrocitose, que é o aumento anormal de células vermelhas do sangue.
Além disso, o hematócrito alto também pode indicar policitemia, que é caracterizada pelo excesso de células vermelhas no sangue.

Valores de referência do hematócrito

Os valores de referência do hematócrito variam de laboratório, mas geralmente o valor normal do hematócrito é:
  • Mulher: 35-45%
  • Homem: 40-50%
Muitas vezes, apesar de haver alguma alteração ligeira nos valores do hematócrito, isto não representa necessariamente um problema de saúde, por isso, o médico é quem deve interpretar os resultados e, de acordo com outros exames e valores, fazer o diagnóstico.