A tríade letal em pacientes vítimas de trauma grave está relacionada à combinação de
hipotermia,
acidose metabólica e
coagulopatia.
A hipotermia é comum nos pacientes vítimas de trauma, em consequência de acentuada perda sanguínea, exposição do doente, reanimação com fluídos não aquecidos ou perda da capacidade de termorregulação em pacientes intoxicados ou com danos neurológicos. Esses fatos acarretam a hipoperfusão tecidual resultante da vasoconstrição periférica, que tem início a partir de uma intensa descarga simpática.
A redução na oferta de oxigênio e a conversão do metabolismo aeróbico em anaeróbico culminam em acidose metabólica. A acidose metabólica agrava o quadro de coagulopatia pela inativação de fatores de coagulação pH-dependentes. Além disso a acidose pode sobrecarregar o sistema respiratório na tentativa de realizar uma alcalose respiratória compensatória. Essa alteração também pode levar à diminuição da contratilidade miocárdica e reduzir a pós-carga.
A hipotermia é um importante fator no desenvolvimento do distúrbio de coagulação porque inibe a interação do fator de von Willebrand com as glicoproteínas plaquetárias, ocasionando disfunção plaquetária; inativa os fatores de coagulação temperatura-dependentes; induz alterações no sistema fibrinolítico e gera anormalidades endoteliais.
Em temperaturas menores que 35ºC, os fatores de coagulação entram em um estado de hipometabolismo agravando o quadro clínico. A administração excessiva de fluídos, na tentativa de reposição volêmica no paciente instável, é uma importante causa de coagulopatia devido à hemodiluição que decorre tanto da infusão acentuada de cristaloides quanto das transfusões sanguíneas.
Siga
https://www.facebook.com/consultoriaeducacionalucam/
https://www.facebook.com/enfpriscilasdelpintor/
https://www.facebook.com/anatomiaonline/