sábado, 12 de janeiro de 2019

Ações em RCP pediátrica



Por que é mais importante realizar compressões na PCR?

Nos primeiros minutos da PCR o teor de oxigênio no sangue é adequado para atender às necessidades de oxigênio do corpo, portanto comprimir é eficaz para distribuir o oxigênio para o coração e cérebro. Entretanto em crianças e bebês com PCR com frequência sofrem insuficiência respiratória ou choque que reduz o teor de oxigênio no sangue bem antes da PCR. Então só compressão não é eficaz é necessário compressão e ventilação para bombear o oxigênio para coração e cérebro durante RCP de alta qualidade.

Por que deixar tórax retornar totalmente?

O retorno do tórax permite que o sangue flua para o coração. O retorno incompleto do tórax diminui o sangue que entra no coração entre as compressões e reduz o fluxo sanguíneo criado pelas compressões torácicas.

Qual profundidade para compressão?

Adultos e adolescentes: pelo menos 5cm.
Crianças: aproximadamente 5cm.
Bebês: aproximadamente 5cm.

Quais métodos para abrir via aérea?

Elevação do queixo e anteriorização da mandíbula.
CUIDADO: Se estender a cabeça do bebê além da posição olfativa (canal auditivo externo no nível da parte superior do ombro) poderá bloquear a via aérea.

Qual relação compressão x ventilação?

Tanto adulto, criança e bebê com 1 socorrista deve ser compressão x ventilação de 30x2.
Para criança e bebê com 1 ou mais socorristas deve ser relação compressão x ventilação de 15x2.

Ações com base na presença ou ausência de respiração normal e pulso

Se vítima estiver respirando normalmente e houver pulso:

Monitore a vítima.

Se a vítima não estiver respirando normalmente, mas houver pulso:

Administrar ventilação de resgate.
Aplicar compressões se o pulso permanecer a 60/min ou menos, com sinais de perfusão inadequada (extremidades frias, diminuição das respostas, pulsos fracos, palidez, pele de aparência descorada, cianose).
Confirmar se serviço médico de emergência foi acionado.
Continuar ventilação de resgate e verificar o pulso a cada 2 minutos. Prepare-se para aplicar RCP de qualidade se não sentir pulso ou frequência cardíaca menor de 60/min com sinais de perfusão deficiente.

Se vítima não estiver respirando normalmente ou apresentar apenas gasping e não tiver pulso:

Se estiver sozinho e a PCR estiver sido repentina e presenciada:
Deixar vítima para acionar serviço médico de emergência do local em que você estiver.
Pegar DEA/DAE e equipamento de emergência. Se houver mais uma pessoa pedir que ela pegue.

Se estiver sozinho e a PCR não tiver sido repentina e nem presenciada:

Iniciar RCP de alta qualidade e administrar por 2 minutos.

Após 2 minutos de RCP, se você estiver sozinho e não puder acionar serviço médico de emergência (não tiver celular), deixe a vítima para acionar o serviço e pegar DEA/DAE e use-o assim que disponível.


**Para ler o guia  com os destaques de 2015 acesse o link abaixo**

Referência

Revisão de SBV e DEA/DAE em crianças e bebês. American academy of pediatrics 2017.
ISBN 978-1-61669-618-4

https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Preparar prescrição miligramas em gotas

Pessoal quem nunca se deparou com uma prescrição medicamentosa com a quantidade de miligramas, não sabe quantas gotas devem ser administradas??

Suponhamos que a PM seja 350mg de uma medicação e temos disponível frasco com 200mg/ml.
Quantas gotas devem ser administradas?


Se no frasco tem 200mg em cada 1ml, quantos ml equivale a 350mg?

200mg - 1ml
350mg - x

200.x = 350.1
       x = 350 / 200
       x= 1,75ml

Descobrimos que 1,75ml tem 350mg.

Agora precisamos saber quantas gotas tem nesse 1,75ml. Lembrando que 1ml são 20 gotas.

1ml      - 20 gotas
1,75ml - x
     1.x = 1,75.20
        x = 35/1
        x = 35 gotas.

Então para atender a PM de 350mg deveremos administrar 35 gotas.

Veja também Cálculo de gotejamento

Cálculo de cloreto de potássio

Foi prescrito SF 0,9% 250ml e 3 gramas de cloreto de potássio. No estoque está disponível ampolas de 10ml a 10%.

Quantos ml de cloreto de potássio devo administrar?

Aqui é simples, ele só quer saber quantos ml da ampola deveremos administrar, portanto não vamos realizar cálculo com o SF que está prescrito.

Então temos que saber quantos ml tem em cada ampola de 10ml.

Quando montamos a regra de 3, a primeira linha colocamos o que está prescrito e embaixo o que temos disponível na unidade.

10g - 100ml
 3g  - x

10.x = 3.100
     x = 300 / 10
     x = 30ml

Devemos administrar 30ml, ou seja, 3 ampolas de 10ml a 10% de cloreto de potássio.

Acesse também Cálculo de gotejamento

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Antídotos por intoxicação de opiáceos

Alguns antídotos na intoxicação de opióides, acetaminofen e organofosforados.

A atropina atua inibindo a atividade muscarínica da acetilcolina nos sítios neuroefetores parassimpáticos pós-ganglionares, inclusive no músculo liso, glândulas secretoras e Sistema Nervoso
Central. Por isso, é usada no tratamento de intoxicações por inibidores da colinesterase (por exemplo: inseticidas organofosforados), drogas colinérgicas e muscarina.

N-acetilcisteína é indicado como antídoto na intoxicação acidental ou voluntária por acetaminofem
(paracetamol). A N-acetilcisteína é o antídoto específico do paracetamol e age como um doador de grupo sulfidrila, substituindo o glutation hepático e fazendo com que uma menor quantidade do metabólito tóxico seja produzida.

Naloxone é indicado para reversão completa ou parcial da depressão causada por opioide, inclusive depressão respiratória, induzida por ingestão de narcóticos opióides naturais ou sintéticos, apesar do mecanismo de ação ainda não esteja completamente compreendido, evidências in vitro sugere que o produto antagoniza os efeitos dos opioides competindo com os sítios receptores κ e σ no sistema nervoso central.

Flumazenil é uma substância que age no sistema nervoso central. É uma substância que tem efeito
contrário (antagonista) ao dos benzodiazepínicos. Os efeitos hipnóticos (que induzem sono),
sedativos e de inibição psicomotora dos benzodiazepínicos são rapidamente neutralizados após administração intravenosa.

Sinais e sintomas na abstinência ou intoxicação de anfetaminas

Alguns sinais e sintomas na abstinência ou intoxicação de abuso de anfetaminas, álcool, cocaína, drogas depressoras do sistema nervoso central como opióides e barbitúricos:

Substâncias psicoativas podem causas transtornos mentais orgânicos na intoxicação por álcool e outras drogas psicoativas, como anfetaminas ou cocaína.

Estados de abstinência por álcool e outras drogas depressoras do estado nervoso central como opióides e barbitúricos e os sinais e sintomas que podem surgir são: nistagmos, alterações pupilares, alterações de marcha, sudorese e outros sinais de disfunção autonômica, hiperexcitação, hipervigilância, ansiedade intensa e rebaixamento do nível de consciência e de delírio.


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS


Distúrbios da consciência e do comportamento

CONSCIÊNCIA – Lucidez e orientação no tempo e o espaço comportamento – conduta de acordo com o padrão da sociedade causas de alterações da consciência.

SÍNCOPE - Inconsciência até 3’ ?? - é a perda da consciência completa e breve, levando a um estado de morte aparente, porém com a característica da retomada de consciência  espontânea.

COMA – Inconsciência por mais de 3’ ?? - geralmente as  vítimas apresentam apenas as funções vegetativas, mas que podem ainda estar reduzidas. o retorno da consciência só se dá por tratamento.

HIPOGLICEMIA – ↓ % de glicose circulante (em qualquer pessoa) - a administração de açúcar por via oral é o procedimento clássico, contanto que a vítima esteja consciente. Nos casos de inconsciência, o açúcar poderá ser posto na mucosa oral, sem haver deglutição.

HIPERGLICEMIA – ↑ % de glicose circulante (somente em diabéticos) - a conduta é a administração de insulina, porém, durante muito tempo acreditou-se que se houvesse um erro de diagnóstico e fosse dado açúcar à vítima, seu estado iria piorar. Hoje sabemos que isso não corresponde a verdade, e que não há piora nem tampouco melhora, o que até seria a confirmação do estado de hiperglicemia. Portanto, se houver dúvida quanto ao diagnóstico entre hipo ou hiperglicemia, a administração de açúcar é o procedimento indicado.

CONVULSÃO – Pode ocorrer diminuição de aporte sanguíneo cerebral com todos os resultados já conhecidos.

A CRISE CONVULSIVA É DIVIDIDA EM DUAS FASES DISTINTAS:

1 - FASE TÔNICO-CLÔNICA - duração de 40 seg. a 1 min., onde a principal preocupação é evitarmos outras lesões, principalmente t.c.e.


2 - FASE DE RELAXAMENTO - Não tem duração pré-determinada. É a fase onde há risco a vida, pois estando geralmente em decúbito dorsal, a ação da gravidade ocasiona queda da língua e provoca asfixia. tomamos cuidado com a permeabilidade das vias aéreas, e colocamos a vítima em decúbito lateral, para escoamento das secreções da boca.

domingo, 29 de outubro de 2017

Vacina contra febre amarela e puérperas

As mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses de idade, independentemente do estado vacinal, a vacinação não está indicada, devendo ser adiada até a criança completar 6 meses de vida. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício/risco da vacinação. Em caso de mulheres que estejam amamentando e receberam a vacina contra Febre Amarela , o aleitamento materno deve ser suspenso por 10 dias após a vacinação1,2.
A vacina contra febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença e apresenta eficácia de 95% a 99%, além de ser reconhecidamente eficaz e segura. A vacina não causa risco a puérperas, entretanto, assim como qualquer vacina ou medicamento, pode causar eventos adversos em qualquer pessoa, como febre, dor local, dor de cabeça, dor no corpo, os riscos da vacina existem para as crianças casa estejam sendo amamentadas. 3
A presença do vírus vacinal de febre amarela em leite materno durante o período virêmico após a vacinação de mulheres que estão amamentando é desconhecida e relatos de risco teórico de transmissão do vírus vacinal para os recém nascidos em amamentação são baseados na possibilidade de transmissão pelo leite materno para o vírus da Febre do Nilo Ocidental e por outros Flavivirus transmitidos pelo leite de vaca. Considerando as evidências científicas que demonstram as vantagens e importância do aleitamento materno e diante da possibilidade de transmissão do vírus vacinal pelo leite materno, algumas medidas devem ser tomadas: 4
Na impossibilidade de adiar a vacinação, durante o aconselhamento deve-se apresentar à mãe opções para evitar o risco de transmissão do vírus vacinal pelo aleitamento materno, tais como:
- Previamente à vacinação praticar a ordenha do leite, de preferência manualmente, e mantê-lo congelado por 15 dias em freezer ou congelador para planejamento de uso durante o período da viremia, ou seja, por 10 dias após a vacinação. 4
- Encaminhar a mãe à rede de banco de leite humano, que são centros especializados, obrigatoriamente vinculados a um hospital materno e/ou infantil, responsável pela promoção do aleitamento materno e atividades de coleta, processamento e controle de qualidade de colostro, leite de transição e leite humano maduro para as devidas orientações. 4
Além disso, a vacina pode ser administrada com restrições, nas seguintes situações:

- Pessoas acima de 60 anos deverão ser vacinadas somente se residirem ou forem se deslocar para áreas com transmissão ativa da febre amarela e que não tiverem alguma contraindicação para receber a vacina. 3
• – Gestantes (em qualquer período gestacional) e mulheres amamentando só deverão ser vacinadas se residirem em local próximo onde ocorreu a confirmação de circulação do vírus (epizootias, casos humanos e vetores na área afetada) e que não tiverem alguma contraindicação para receber a vacina. 3
• – Mulheres amamentando devem suspender o aleitamento materno por 10 dias após a vacinação e procurar um serviço de saúde para orientação e acompanhamento a fim de manter a produção do leite materno e garantir o retorno à lactação. 3
• – Pessoa vivendo com HIV/AIDS desde que não apresentem imunodeficiência grave (Contagem de LT-CD4+<200 células/mm3). Poderá ser utilizado o último exame de LT-CD4 (independente da data), desde que a carga viral atual (menos de seis meses) se mantenha indetectável. 3
• – Em situações de surto a vacina pode ser aplicada em lactentes já a partir de 6 meses. Nessa situação esta dose não é considerada válida pela eventual interferência de anticorpos maternos, devendo o esquema ser reiniciado aos 9 meses de idade. 5
E a vacina não deve ser administrada nas seguintes situações:
- Pessoas com imunossupressão secundária à doença ou terapias. 3
- Imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas). 3
- Pacientes em uso de medicações anti-metabólicas ou medicamentos modificadores do curso da doença (Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Ritoximabe). 3
- Transplantados e pacientes com doença oncológica em quimioterapia. 5
- Pessoas que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina. 3
- Pessoas com reação alérgica grave ao ovo. 3
- Pacientes com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma). 3



Bibliografia
1 – BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde : [recurso eletrônico] / – 1. ed. atual. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 773 p. Disponível em:http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6385405/4170293/GUIADEVS2016.pdf
2 – BRASIL. Ministério da Saúde. NOTA TÉCNICA Nº 05/2010. Recomendação da Vacina Febre Amarela VFA (atenuada) em mulheres que estão amamentando. Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://www.redeblh.fiocruz.br/media/nota_tecnica_05_2010_12_fev[1].pdf Acesso em 26 de maio de 2017.
3- BRASIL. Ministério da Saúde. Veja como fica vacinação da febre amarela com a adoção da dose única. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/28020-veja-como-fica-vacinacao-da-febre-amarela-com-a-adocao-da-dose-unica. Acesso em 26 de maio de 2017.
4 BRASIL. Ministério da Saúde. Nota informativa nº 94/2017. Orientações e indicações de dose única da vacina febre amarela. Ministério da Saúde, 2017. Disponível em:http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/cgvs/usu_doc/nota_informativa_94_1dosefebreamarela.pdf. Acesso em 26 de maio de 2017.
5 – Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Febre amarela: Nota informativa. Departamento cientifico de imunizações. Nº3, Fevereiro de 2017. Disponível em: http://www.sbp.com.br/src/uploads/2017/02/Documento_cient_febre_amarela.pdf Acesso em 26 de maio de 2017.

Fonte: http://aps.bvs.br/aps/quanto-tempo-apos-o-parto-as-puerperas-podem-ser-vacinadas-contra-a-febre-amarela/?l=pt_BR