Avaliação e
atendimento do doente traumatizado
As cinco etapas envolvidas na avaliação primária e sua ordem
de prioridade são as seguintes:
A- Atendimento da via aérea e controle da coluna cervical
B- Ventilação
C- Circulação
D- Disfunção neurológica
E- Exposição e ambiente
Na etapa A, a via
aérea do paciente é rapidamente checada para garantir que esteja permeável
(aberta e limpa) e que não existe perigo de obstrução. Em caso de
comprometimento da via aérea, esta deve ser aberta. O controle da coluna
cervical deve ser feito para todo traumatizado com um mecanismo significativo
de trauma, visto que se deve suspeitar de lesão na medula espinhal até que esta
tenha sido excluída.
Na etapa B, o
primeiro passo é administrar eficazmente o O² para ajudar a manter o processo
metabólico aeróbico. Em seguida avalie a qualidade e a quantidade da ventilação
do doente:
Verifique se o doente está ventilando;
Se o doente estiver em apneia, inicie imediatamente
ventilação assistida com máscara facial associado a um balão dotado de válvula
unidirecional (ventilação bolsa-valva-máscara, chamado de “Ambu”) com oxigênio
suplementar;
Assegure-se que a via aérea esteja permeável;
Estime a adequação da frequência e da profundidade
ventilatória e assegure oferta de no mínimo 85% de oxigênio no ar inspirado
(FiO² de, no mínimo, 85%);
Observe a elevação do tórax, e se o doente puder falar,
ouça-o para ver se é capaz de falar uma frase inteira.
Na etapa C, há a
avaliação do comprometimento ou da falência do sistema circulatório. Deve-se
identificar e controlar a hemorragia externa (por meio de compressão direta,
alinhamento e estabilização das fraturas e torniquetes, caso a hemorragia nos
membros superiores ou inferiores não cesse com a compressão direta. Lembrando
que o tempo máximo para permanência do torniquete é de 120 minutos). Em
seguida, deve obter-se uma estimativa global adequada do débito cardíaco e do
estado de perfusão, avaliando pulso, cor de pele, temperatura, umidade e tempo
de enchimento capilar. Deve-se mensurar a pressão arterial e puncionar dois
acessos venosos calibrosos para reanimação volêmica.
Na etapa D, avalia-se
a função cerebral com o objetivo de determinar o nível de consciência do
paciente e interferir o potencial de hipóxia. Um nível de consciência rebaixado
pode alertar o socorrista para quatro possibilidades:
Oxigenação cerebral diminuída;
Lesão do SNC;
Intoxicação por drogas ou álcool;
Distúrbio metabólico.
Nesta avaliação do traumatizado, o ideal é a utilização da
Escala de Coma de Glasgow, ferramenta utilizada para determinar o nível de
consciência da vítima.
É um método simples e rápido para determinar a função
cerebral e é preditivo da sobrevida do doente, especialmente melhor resposta
motora.
Na etapa E, deve-se
expor o doente para que sejam encontradas todas as lesões porém, embora seja
importante expor todo o corpo da vítima, deve-se privar pela privacidade em
ambiente externo e prevenir a hipotermia cobrindo o doente o mais rápido
possível.