domingo, 25 de setembro de 2016

Tratamento da intolerância a lactose com imunoterapia


O Centro Cochrane do Brasil traduziu o resumo de uma revisão sistemática que avaliou se a imunoterapia pode ajudar a evitar os sintomas da alergia ao leite de vaca. A imunoterapia é um tratamento para vários tipos de alergia que recomenda a ingestão ou contato com o alérgeno (a substância que provoca alergia) em minúsculas quantidades em intervalos regulares, de forma que o sistema imunológico passe a ver aquilo que causa a alergia (no caso, o leite) de outra forma e deixe de reagir tão fortemente, até que seja possível tomar uma porção completa de leite (no caso, um copo). A revisão mostrou que realmente a imunoterapia oral pode ajudar a maioria das crianças alérgicas a tolerarem um copo de leite, desde que continuem bebendo esta quantidade todos os dias. 

Leia mais em http://brazil.cochrane.org/news/tratar-alergia-ao-leite-ingerindo-pequenas-doses-di%C3%A1rias-pode-funcionar


Aos interessados em realizar um curso presencial, favor responder
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSclDSuLdRlTOGo0pLCsa_pWN1h5mqoUPsfbZKTdZOjGIAteEA/viewform

Controlar a glicemia de forma rígida reduz complicações


Controlar a glicemia de forma rígida  de fato reduz bastante as complicações do diabetes, conforme mostrou uma revisão sistemática da Cochrane. O trabalho comparou pessoas com diabetes do tipo 1 que faziam um controle convencional da glicemia com outras que tinham metas mais rígidas a cumprir, para ver se a maior fiscalização da glicemia seria realmente benéfica — ou se seria somente um trabalho a mais. O estudo envolveu mais de 2 mil pessoas em vários países e mostrou que quem controla melhor a glicemia tem muito menos nefropatia (doença no rim), retinopatia e neuropatia.

Leia mais em: http://brazil.cochrane.org/news/controlar-glicemia-de-forma-r%C3%ADgida-reduz-complica%C3%A7%C3%B5es

Eliminar bactéria no estômago pode reduzir chance de ter câncer


A Cochrane produziu uma revisão sistemática de estudos realizados para verificar se eliminar a bactéria, mesmo nas pessoas que não têm sintoma de gastrite, faria com que o número de pessoas com câncer gástrico diminuísse. O Centro Cochrane do Brasil traduziu o resumo desse trabalho.

Quando retirar o corticoide oral em uso prolongado?

Pacientes em uso prolongado de corticoide oral: quando e como deve ser feita a retirada gradual?

Pacientes em uso prolongado de corticoide são considerados com possível risco de supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal nas seguintes situações:


  • pacientes recebendo dose diárias totais maior ou igual a 10 mg de prednisona (ou outro corticoide em dose equivalente) por mais de 3 semanas;



  • pacientes recebendo dose noturna maior ou igual a 5 mg de prednisona por mais de 3 semanas;



  • pacientes em uso de corticoide e aparência cushingoide.


Nesses casos a redução deve ser gradual, com objetivo de prevenir o risco de recorrência da atividade da doença de base ou aparecimento dos sintomas da deficiência de cortisol devido à  supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. É indicado a redução gradativa de 10 a 20% da dose, levando em consideração a conveniência e a resposta clínica do paciente.

O regime pode ser feito com redução de:

5 a 10 mg por dia por uma ou duas semanas, quando a dose em uso de prednisona for maior que 40 mg/dia de prednisona ou equivalente;

5 mg por dia por uma ou duas semanas quando a dose de prednisona estiver entre 40 a 20 mg/dia;

2,5 mg por dia por uma ou duas semanas quando a dose de prednisona estiver entre 20 e 10mg/dia;

1 mg por dia por duas a quatro semanas quando a dose de prednisona estiver abaixo de 10 mg/dia (a prednisona pode ser substituída por prednisolona solução oral, pela posologia, ou ser utilizada em dias alternados);

Pacientes com doença reumatológica podem apresentar recorrências dos sintomas da doença de base. No entanto, esses sintomas podem ser confundidos com sintomas da retirada do corticoide (artralgia e mialgia). Se os sintomas não forem graves, pode-se utilizar um AINE ou um analgésico por 7 a 10 dias. A resolução dos sintomas durante esse tempo sugere que os sintomas são relacionados à retirada. Se os sintomas não desaparecem, pode-se aumentar a dose do corticoide em 10 a 15% e manter essa dose por 2 a 4 semanas. Se não ocorrer melhora dos sintomas, será necessário dobrar a dose da prednisona. A retirada deve ser feita mais lentamente, a cada 4 semanas, ou com reduções menores (metade da dose utilizada).

Quando o desmame estiver abaixo da dose fisiológica, em torno de 7,5 mg de prednisona e eventualmente o paciente apresentar algum evento agudo como trauma, infecção ou cirurgia de grande porte, que demandar maior resposta adrenal, pode ser necessário um aumento temporário da dose. É importante fornecer ao paciente, por escrito, que este está em supressão de corticoterapia prolongada, para que, em eventual tratamento em emergência, seja usada reposição de corticoide intravenoso.

Existem duas situações que necessitam de retirada imediata do corticoide ou redução para uma dose fisiológica, ao invés de ser feito uma retirada gradual:

psicose induzida não responsiva a medicamentos antipsicóticos;

úlcera de córnea por herpes vírus, que pode evoluir rapidamente para perfuração da córnea e possibilidade de cegueira permanente.

Se a cessação imediata não puder ser feita, é recomendado utilizar a menor dose e descontinuar o uso assim que for possível.

A redução abrupta da corticoterapia, sem desmame gradual, é segura em pacientes recebendo qualquer dose de corticoide por menos de 3 semanas ou doses inferiores a 10 mg de prednisona ou equivalente em dias alternados, mesmo que por tempo mais prolongado.



Referências

GOROLL, A. H.; MULLEY JR, A. G. Primary care medicine: office evaluation and management of the adult patient. 7. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2014.

FURST, D. E.; SAAG, K. G. Glucocorticoid withdrawal. Waltham (MA): UpToDate, 2016. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/glucocorticoid-withdrawal>. Acesso em: 14 set. 2016.

SILVEIRO, S. P.; SATLER, F. Rotinas em endocrinologia. Porto Alegre: Artmed, 2015.

Ferimentos de alto risco que necessitam de profilaxia




  • Ferimentos profundos, especialmente por mordedura por gatos;
  • Ferimentos moderados a graves associados a esmagamento;
  • Ferimentos em áreas com comprometimento venoso ou linfático;
  • Ferimentos em mãos ou próximos a ossos e articulações, particularmente se presença de próteses;
  • Ferimentos em face e genitália;
  • Ferimentos que necessitem de sutura;
  • Ferimentos em imunocomprometidos.


A profilaxia deve ser realizada por 3 a 5 dias. O antibiótico de primeira escolha para mordeduras de cães e gatos é a amoxicilina-clavulanato. Alternativamente pode ser utilizada a associação de doxiciclina, sulfametoxazol-trimetoprim, penicilina oral, cefuroxime ou moxifloxacin e metronidazol ou clindamicina. Não se deve utilizar cefalexina, eritromicina e clindamicina isoladamente, devido à comprovada resistência a esses antibióticos.

Leia mais em:


BADDOUR, L. M. Soft tissue infections due to dog and cat bites. Waltham (MA): UpToDate, Inc.; 2016. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/soft-tissue-infections-due-to-dog-and-cat-bites>.

ENDOM, E.E. Initial management of animal and human bites. Waltham (MA): UpToDate, Inc.; 2016. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/initial-management-of-animal-and-human-bites>.

DYNAMED. Mammalian bite [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Publishing; 2016.  Acesso via Portal Saúde Baseada em Evidências <http://psbe.ufrn.br/>.

STEVENS, D. L.; BISNO, A. L.; CHAMBERS, H. F. et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of america. Clinical Infectious Diseases, Chicago, v. 59, n. 2, p. e10-e52. Disponível em: <http://cid.oxfordjournals.org/content/59/2/147.long>.

Guia de Medicamentos

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-748541222-livro-guia-de-medicamentos-_JM

Livro Clínica Médica

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-755250906-livro-clinica-medica-_JM

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Até 60% das pessoas internadas estão desnutridas

A desnutrição atinge de 40% a 60% dos pacientes que dão entrada em hospitais da América Latina. É o que afirma uma revisão de estudos lançada em junho deste ano na revista especializada "Clinical Nutrition".

A revisão incluiu 66 pesquisas de 12 países. A maior parte dos estudos é brasileira. Ao todo, foram considerados 29.474 pacientes.

O Ministério da Saúde lançou este ano um Manual de Terapia Nutricional. O documento recomenda que "pacientes admitidos na unidade de internação hospitalar recebam a atenção da equipe responsável pela nutrição".

A terapia nutricional inclui: triagem, avaliação dos pacientes em risco, cálculo das necessidades nutricionais, indicação de terapia e monitoramento.


Perder um pouco de peso durante a internação pode parecer algo sem importância, mas os quilos a menos normalmente significam agravamento das doenças, menor eficácia do tratamento e mais tempo no hospital. Além disso, cresce significativamente o risco de morte.

Um do estudo mostra que uma pessoa com alto grau de desnutrição tem três vezes mais chance de morrer. Enquanto os que possuem um grau médio de desnutrição possuem 4,1% de chance de morte, os com alto grau têm 12,8%.


Há um consenso internacional de que 50% das pessoas internadas estão desnutridas. Para Maria Carolina, os maiores responsáveis pela desnutrição hospitalar são a falta de protocolo, de equipes de terapia nutricional e falta de conhecimento na terapia.


A desnutrição pode ter várias causas, como a não aceitação da dieta hospitalar, a própria doença ou jejuns para realização de exames.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2016/09/1812316-ate-60-das-pessoas-internadas-estao-desnutridas.shtml

sábado, 17 de setembro de 2016

3 principais fatores de risco que reduzem doença coronariana

Um estudo observacional, de base populacional, na Finlândia, destaca um progresso notável em homens e mulheres que controlam os três principais fatores de risco, bem conhecidos, (prevalência do tabagismo, colesterol sérico e pressão arterial sistólica) para a redução da doença coronariana.

Esse estudo procurou recentemente determinar a extensão em que as mudanças nos fatores de risco podem explicar a redução da doença cardíaca coronária. O trabalho foi publicado pelo British Medical Journal (BMJ).

A partir do início do estudo (1969-1972) até 2012, a mortalidade por doença cardíaca coronária diminuiu 82% em homens e 84% nas mulheres. Nos últimos 10 anos do estudo, cerca de dois terços (69% em homens e 66% nas mulheres) da redução pode ser explicada por mudanças nos três principais fatores de risco e o terço restante por outros fatores.

As mudanças nos três fatores de risco contribuíram para a maior parte desse declínio, sendo o mais importante o colesterol para os homens e o colesterol e a pressão arterial para as mulheres. .


Fonte: British Medical Journal (BMJ), de 1º de março de 2016