domingo, 24 de maio de 2015

Tabelas dos honorários de enfermagem

Tabela de Honorários
RESOLUÇÃO COFEN-301/2005

Atividades Administrativas


Ações Desenvolvidas
Quadro
Valor
1.   Consultoria
I

Livre negociação entre as partes a partir de
72,31 [hora]
2.   Assessoria
I
3.   Auditoria
I
4.   Planejamento
I
5.   Supervisão
I

Atividades Didáticas


Ações Desenvolvidas
Quadro
Valor
1.   Ensino para Pesquisa


1.1 Em serviços (Instituições de Saúde)
I
[hora] 72,31
1.2 Na Comunidade
I
[hora] 72,31
1.3 Em instituições de ensino


      • nível médio
I
[hora] 54,46
      • nível universitário
I
[hora] 72,31
      • pós-graduação


              - especialização
I
[hora] 72,31
              - mestrado
I
[hora]  91,07
              - doutorado
I
 [hora] 108,92
1.4 Empresas
I
[hora] 108,9


Atividades Assistência

Ações Desenvolvidas
Quadro
Valor
1.   Atendimento às necessidades de higiene e conforto


1.1  preparo de leito ocupado
I-II-III
5,36
1.2  preparo de leito desocupado
I-II-III
 3,58
1.3  colocação e/ou retirada de colchão
D’ água e ar
I-II-III
5,36
1.4  banho no leito
I-II-III
9,09
1.5  banho de aspersão
I-II-III
3,73
1.6  banho de RN
I-II-III
18,17
1.7  higiene oral com ou sem prótese
I-II-III
5,36
1.8  tricotomia facial/axiliar/abdominal torácica/ e de MMSS E MMII
I-II-III
5,36
1.9  higiene do couro cabeludo
I-II-III
3,58
1.10  tricotomia do couro cabeludo
I-II-III
7,14
1.11  higiene íntima
I-II-III
 5,36
1.12  tricotomia perineal /nádegas e ânus
I-II-III
 18,17
1.13  preparo da pele para cirurgias
I-II-III
 3,58
1.14  cuidados com as mãos e unhas
I-II-III
 5,36
1.15  cuidados com os pés e unhas
I-II-III
 7,14
1.16  cuidado com escabiose
I-II-III
 7,14
1.17  cuidado com pediculose
I-II-III
 9,09
1.18  cuidado na prevenção de escaras e decúbito
(pele articulação)
I-II-III
 7,14
1.19  cuidados integrais de higiene e conforto a pacientes acamados parcialmente dependentes

I-II-III
 28,93
1.20  cuidados integrais de higiene e conforto a pacientes acamados totalmente dependentes

I-II-III
 54,46
2.    Atendimento às necessidades de oxigenação


2.1  verificação da respiração/ pulsos e pressão sanguínea.
I-II-III
18,23
2.2  verificação da pressão sanguínea  
I-II-III
10,88
2.3  aspiração do trato respiratório com observação das características de secreções e ausculta

I-II-III

21,76
2.4  drenagem postural sem percussão e ausculta
I-II-III
7,14
2.5  instalação de cuidados gerais com sistema de liberação de oxigênio (cateter nasal, máscara, aparelho de fluxo elevado)

I-II-III

7,14
2.6  cuidado com a traqueostomia
I-II-III
 10,88
2.7  cuidados gerais e montagens de respirador artificial
I-II-III
 21,76
2.8 cuidados com a nebulização
I-II-III
 3,58
3. atendimento às necessidades nutricionais e hídricas


3.1 alimentação oral de pacientes parcialmente dependentes
I-II-III
 3,58
3.2 alimentação oral de pacientes totalmente dependentes
I-II-III
 7,14
3.3 alimentação por gastrotomia, mamadeira e sonda nasojejunal
I-II-III
 14,29
3.4 inserção e remoção de sonda nasogástrica para alimentação
I-II-III
 14,29
3.5 inserção e remoção de sonda nasojejunal ou nasoentérica para alimentação

I-II-III

 21,76
3.6 aspiração nasogástrica
I-II-III
 3,58
3.7 instalação, controle e cuidados gerais com nutrição parenteral
I-II-III
 14,29
3.8 controle de ingestas
I-II-III
 3,58
4. atendimento às necessidades de eliminação


4.1 inserção e remoção de sonda nasogástrica para drenagem
I-II-III
 18,17
4.2 lavado gástrico
I-II-III
 7,14
4.3 inserção de sonda vesical de alívio ou demora
I-II-III
 18,17
4.4 inserção de sonda retal
I-II-III
 7,14
4.5 instalação e troca de dispositivos urinários externos
I-II-III
 7,14
4.6 irrigação de sonda vesical e bexiga (sistema fechado/aberto)
I-II-III
 18,17
4.7 instilação vesical
I-II-III
 7,14
4.8 enteróclise (lavagem intestinal) VR e outros
I-II-III
 10,88
4.9 outros enemas (de retenção carminativos/de fluxos/com medicação)
I-II-III
 10,88

4.10  remoção manual de fezes (fecaloma)

I

 18,17
4.11  troca de colostomia e jejunostomia
I-II-III
 7,14
4.12  utilização de medidas não evasivas para estimular a eliminação de urina e fecal

I-II-III

 3,58
4.13  controle de excretas
I-II-III
 3,58
4.14  cuidados gerais com conjuntos de drenagem/sistema de um ou três frascos (manutenção e troca)

I-II

 4,07
5. Atendimentos às necessidades de regulação


5.1. Térmica


      5.1.1. verificação de temperatura
(axiliar/oral/reta/vaginal)
I-II-III
 3,58
      5.1.2. aplicação de calor seco e calor úmido
I-II-III
 3,58
      5.1.3. aplicação de frio seco e frio úmido
I-II-III
 3,58
5.2. hormonal


      5.2.1. controle de sinais e sintomas de hipo/hiperglicemia
I-II-III
 3,58
      5.2.2. realização de teste de glicosúria
I-II-III
 7,14
      5.2.3. realização de glicemia ( teste )
I-II-III
 7,14
5.3. neurológica


      5.3.1. controle do nível de consciência (Escala de Glasgow )
I-II-III
 3,58
      5.3.2. controle de pupilas
I-II-III
 3,58
      5.3.3. cuidados básicos em situação de convulsão
I-II-III
 7,14
5.4. hidreletrolítica


      5.4.1. balanço hídrico (controle de ingestas excretas)
I-II-III
 7,14
      5.4.2. diálise peritoneal
I
 [Sessão] 36,19
      5.4.3. hemodiálise
I
 [Sessão] 36,19
      5.4.4. controle/cuidado/orientação com CAPD
I
[Sessão] 36,19
      5.4.5. verificação de dados antropométricos (altura/peso/perímetro cefálico abdominal/torácico )

I-II-III

7,14
      5.4.6. controle e cuidados com derivação ventricular externa
I
 10,88
6.   Atendimento às necessidades cutâneo-mucosas


6.1  no pós-operatório a pacientes conscientes
I-II-III
 3,33
6.2  no pós-operatório a pacientes semiconscientes
I-II-III
 5,36
6.3  no pós-operatório e pacientes inconscientes
I-II-III
 6,66
6.4  curativo limpo
I-II-III
 18,17
6.5  curativo infectado
I-II-III
 28,90
6.6  curativo e troca de bolsas em estomas
I-II-III
 21,76
6.7  curativo e troca de cânula de traqueostomia
I-II-III
 21,76
6.8  curativo em lesões sem solução de continuidade
I-II-III
 7,14
6.9  cuidados com escaras de decúbito
I-II-III
 18,17
6.10  aplicação de bandagem nas suas diversas aplicações
I-II-III
 10,88
6.11  retirada de pontos
I-II-III
 22,73
7. Atendimentos às necessidades terapêuticas


7.1  aplicação de material radioativo
I
 72,31
7.2  banho de leito ou aspersão / medicamento
I-II-III
 9,09
7.3  banho de assento
I-II-III
 7,14
7.4  embrocação vaginal
I-II-III
 10,88
7.5  coleta de material para exames laboratoriais


      7.5.1. sangue
I-II-III
 12,82
      7.5.2. urina
I-II-III
 7,14
      7.5.3. fezes
I-II-III
 10,88
7.5.4. secreções
I-II III
 12,82
7.6  coleta de sangue arterial
I
 18,17
7.7  coleta de urina para urocultura
I-II
10,88
7.8  coleta de fezes para coprocultura
I-II-III
10,88
7.9  instalação de PVC
I-II-III
21,76
7.10 controle de PVC
I-II
[hora] 22,73
7.11 instalação de PAM
I
21,76
7.12 controle de PAM
I
[hora] 22,73
7.13 instalação de fluidoterapia
I
 9,60
7.14 instalação e cuidado com fluidoterapia
I
 3,39
7.15 instalação de quimioterápicos
I-II-III
 17,15
7.16 controle e cuidados com quimioterápicos
I
 9,99
7.17 cuidados gerais com hemoderivados
I
 19,97
7.18 punção venosa com dispositivos simples
I-II
 9,99
7.19 punção venosa com dispositivos composto com mandril
I-II-III
 13,22
7.20 medicação tópica
I-II-III
 5,69
7.21 medicação endovenosa
I-II-III
 10,59
7.22 medicação IM-intradérmica e SC
I-II-III
 7,63
7.23 medicação sublingual,ocular,nasal e oral
I-II-III
 3,73
7.24 medicação retal e por sonda
I-II-III
 9,43
7.25 medicação vaginal
I-II-III
 9,43
8.  atendimento às necessidade de locomoção/mobilidade/exercício


8.1 acompanhamento na deambulação/passeio
I-II-III
[hora]  32,63
8.2 acompanhamento de pacientes na realização e exames
I-II-III
16,56
8.3 acompanhamento de pacientes na transferência de instituição
I-II-III
 16,56
8.4 auxílio na deambulação
I-II-III
 4,86
8.5  movimentação ativa (auxílio)
I-II-III
16,56
8.6  movimentação passiva
I-II-III
32,64
8.7  mudança de decúbito
I-II-III
 7,63
8.8  posicionamento para exame
I-II-III
 3,33
8.9  assentar na cadeira/poltrona/ou beira do leito
I-II-III
 3,33
8.10 transporte em cadeiras de rodas
I-II-III
16,56
8.11 transporte em maca
I-II-III
 26,46
9. Atendimento às necessidades de segurança física


9.1   cuidados com pacientes sedados
I-II-III
 [hora] 6,57
9.2   realização e cuidados com a restrição de movimentos
I-II-III
 3,32
10. Cuidados com o corpo após a morte


10.1 realização de higiene, tamponamento e vestuário
I-II-III
 99,98
11. Vigilância e acompanhamento


11.1 no domicílio
I
 [hora] 25,00

II
 [hora] 13,22

III
 [hora] 8,29
11.2 no ambiente hospitalar
I
 [hora] 33,02

II
 [hora] 22,73

III
 [hora] 16,56
11.3 em transporte no perímetro urbano
I
 [hora] 37,33

II
 [hora] 25,00

III
 [hora] 20,79
11.4 em viagens
I
 [hora] 49,83

II
 [hora] 33,02

III
 [hora] 25,00
11.5 em eventos
I
 [hora] 33,02

II
 [hora] 22,73

III
 [hora] 16,56
12. Processo de enfermagem


12.1 consulta de enfermagem (histórico exame físico e diagnóstico)
I
 66,07
12.2 prescrição de enfermagem
I
 32,64
12.3 evolução de enfermagem incluindo alteração da prescrição quando necessário
I
 [hora] 32,64
13. primeiros socorros (contato para socorrista em operação veraneio)
I
 32,64
14. visita domiciliar
I
 [hora] 66,07

II
 [hora] 44,83

III
 [hora] 33,02

A EXECUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

INCLUI:

1. Preparo do paciente, do material e do ambiente;
2. Orientação quanto aos procedimentos e suas aplicações;
3. Observação e controle do paciente até o término do procedimento;
4. Limpeza do material e ordem do ambiente após o término do procedimento;
5. Registro quanto à execução, reações etc.

NÃO INCLUI:

1. Material necessário à execução dos procedimentos.

OBSERVAÇÕES:

1. Os valores serão reajustados segundo índices governamentais.
2. Quadro   I  - Enfermeiro
    Quadro  II  - Técnico de Enfermagem
    Quadro III  - Auxiliar de Enfermagem

Fonte: http://www.portaldaenfermagem.com.br/honorarios.asp

domingo, 10 de maio de 2015

Artrogripose congênita múltipla




1 Definição 

A Artrogripose Múltipla Congênita (AMC) é uma síndrome caracterizada por contraturas de várias articulações e rigidez de tecidos moles presentes desde o nascimento e de caráter estacionário. Pode ser caracterizada por alterações de pele, tecido subcutâneo inelástico e aderido, ausência de pregas cutâneas, hipotrofia muscular, sendo substituído por tecido fibrogorduroso, deformidades articulares, espessamento e rigidez de estruturas periarticulares, com preservação da sensibilidade.

O termo artrogripose é oriundo do grego, significando “juntas curvadas” ou “fletidas”. Ela pode ser também designada como Amioplasia Congênita. 

2 Incidência 

Nos EUA a incidência de AMC é de um para cada três mil habitantes, sendo, portanto, uma síndrome rara. A AMC foi classificada clinicamente em amioplasias dos tipos A, B e C, artrogriposes distais - tipos I e II, com deficiência mental.

3 Etiologia 

A AMC é de etiologia ainda pouco conhecida. Acredita-se que está relacionado a fatores que ajam no primeiro trimestre de gestação. 

Fatores que interfiram no primeiro trimestre têm maior potencial de acometimento dos bebês do que os que ocorrem mais tarde na gestação. Esta patologia está associada com alterações neurogênicas e miopáticas levando a diminuição dos movimentos fetais e a contraturas articulares. Há relatos de mães que tiveram febre acima de 37,8°C, causando hipertermia fetal; Outras situações como infecção viral durante a gestação, acometimento vascular materno-fetal e septo no útero, são possíveis agentes causadores da Artrogripose Múltipla Congênita.

Estudos por biópsia muscular e estudos histoquímicos esclarecem melhor a natureza das deformidades, se neurogênicas, se miopáticos ou inflamatórias. Os estudos anteriores sobre a etiologia eram limitados, pois eram baseados em necrópsia, excluindo patologias que não levavam a óbito. Técnicas de biópsia com inclusão em parafina e coloração usuais geravam falta de seletividade não permitindo diagnóstico preciso das patologias de base. Com a biópsia utilizando colorações corretas por técnicas histoquímicas, permitiu-se prever a evolução dos casos por comparação a comportamentos habituais da patologia de base associado à expressividade clínica.

4 Fisiopatologia 

Através de estudos anatomopatológicos de 350 pacientes da National Arthrogryposes Association nos EUA, foi demonstrado que qualquer lesão durante o desenvolvimento embrionário à formação dos membros intra-útero, pode causar contraturas articulares. Assim, lesões em células do corno anterior, nas raízes, nos nervos periféricos, nas placas motoras ou nas fibras musculares resultam em um desequilíbrio muscular, produzindo contraturas. Um estudo realizado entre 1987 a 1988 por estudiosos brasileiros, avaliou 25 casos de pacientes com AMC, a maioria deles matriculados na escola paulista de medicina, por biópsia muscular do deltóide em análise histoquímica, a fim de detectar características histológicas dos tipos neurogênico, miopático e inflamatório das doenças de base. 

Para outros autores, a maioria das crianças com artrogripose congênita são portadores de amiotrofia espinhal. Pelo estudo, houve predomínio das formas miopáticas (52% dos casos) sobre as formas neurogênicas. Os achados deste estudo não permitem melhores conclusões sobre correlação do quadro clínico, biópsia e prognóstico.

5 Quadro Clínico 

Pacientes com variadas expressividades clínicas de AMC foram descritos no último século, mas sem atender a nenhuma classificação etiopatogênica ou nosológica . A partir de 1982, trabalhos permitiram a classificação da artrogripose em alguns tipos e subtipos, de acordo com a expressividade clínica e com o prognóstico.

Como já dito, o quadro clínico varia muito de um caso para outro; Pode haver acometimento dos quatro membros, sendo que o lactente pode apresentar pés eqüinovaros, luxações dos quadris, joelhos em extensão ou flexão, quadris fletidos em adução ou abdução, mãos em garra ou cerradas, cotovelos em flexão ou extensão, ombros em adução. As articulações permanecem fixas nessas posições. Os membros tomam forma cilíndrica, perdendo a silhueta. Podem aparecer depressões próximo às articulações. Não existe anquilose óssea, sendo que a rigidez articular é devido ao encurtamento dos músculos e à contratura da cápsula articular. O grau de deformidade geralmente é bem grave, mas não é uma patologia de caráter progressivo.

O membro superior pode estar totalmente ou parcialmente acometido. Há limitação ativa e/ou passiva das articulações, hipotrofia muscular e aparência tubular dos membros. A articulação do ombro apresenta graus variados de rotação interna e pode haver limitação da abdução. O cotovelo, quando em posição de flexão, favorece a função. Ao contrário, quando em extensão, leva à grande incapacidade funcional. O antebraço apresenta-se pronado e o punho, freqüentemente, está em flexão e desvio ulnar, mas pode apresentar-se em extensão com desvio radial. Os dedos estão em flexão da articulação metacarpofalangiana e extensão da interfalangiana proximal. O polegar está, preferencialmente aduzido. O tronco geralmente apresenta a escoliose como deformidade mais comum. Por ser uma escoliose de ordem neuromuscular, ela é progressiva (5 a 7 graus por ano), sendo um grande fator desencadeante de futuros problemas respiratórios.

A luxação do quadril tem grande incidência nesses pacientes (80% dos casos). Dentre as causas podemos citar a própria escoliose, por gerar um desalinhamento da pelve e apresentação pélvica ao nascimento.

No entanto, as contraturas são ainda mais freqüentes do que as luxações. As contraturas em flexão associadas com abdução e rotação externa (posição Buda) são as mais comuns. O joelho pode estar em flexão, ou em hiperextensão (podendo haver luxação posterior da tíbia em relação ao fêmur). 

O pé pode ter variadas deformidades como eqüinovaro, talovertical, planovalgo, cavovaro, dentre outras. A característica principal é a extrema rigidez de suas articulações. As articulações são estreitas e os tecidos periarticulares são espessos.

Em exames de autópsia pode-se observar atrofia de fibras musculares, fibrose e degeneração gordurosa.

As formas amioplásicas são muito graves; as formas distais entretanto, apresentam acometimento predominante das mãos e dos pés, sendo de menor importância o grau de acometimento de outras articulações. O tipo II das artrogriposes distais apresenta subtipos dependendo de suas características clínicas: tipo II a – baixa estatura, fenda palatina; tipo II b – ptose palpebral; II c – fenda palatina e lábio leporino; II d – escoliose e II e – trismo. 

É importante relatar que independente da forma clínica, as deformidades são devido ao desequilíbrio muscular, existente desde o inicio da vida intra-uterina. Associando a esse fato a gravidade da doença de base, é explicado a grande morbidade nessa patologia, sendo a mais recidivante das patologias ortopédicas.

As deformidades geralmente são simétricas, sendo que, quanto mais distais as articulações, mais intenso é a gravidade. As alterações dos membros podem estar associadas a outras malformações viscerais e neurológicas. Hall dividiu os pacientes em três grupos: portadores somente de contraturas de membros (subdividindo-se em amioplasia e artrogripose distal; sendo que a amioplasia é a forma clássica e mais freqüente); portadores de contraturas e alterações neurológicas; e portadores de contraturas associado a alterações viscerais.

A freqüência do envolvimento aumenta de distal para proximal, sendo o pé a articulação mais comumente afetada (o pé equinovaro é a deformidade mais comum).

Geralmente essas crianças apresentam boa inteligência e são esforçadas, fazendo o possível para alcançarem suas capacidades máximas. A sensibilidade desses pacientes está preservada.

6 Diagnóstico 

Não há um exame laboratorial capaz de diagnosticar a AMC durante o pré-natal. Caso o médico suspeite de alguma anormalidade, a ultra-sonografia pode ser válida para avaliar possíveis anomalias e os movimentos fetais. Nos primeiros seis meses de vida, o estudo imunológico pode ser útil para identificar infecção viral. 

Posteriormente pode-se realizar um exame oftalmológico, analisando a retina. Este exame permitirá saber se houve um processo infeccioso durante a gestação. Os músculos foram embriologicamente formados normais, e depois, durante o desenvolvimento fetal, foram substituídos por tecido fibroso.

A biópsia muscular no caso dessa patologia irá ser de acordo com o músculo em questão. Análises histológicas poderão revelar se os músculos estarão ou não normais. Estes poderão apresentar acúmulo de tecido fibroso, mas poderão estar normalmente inervados.

Através do exame eletromiográfico pode-se detectar que, em músculos diferentes de um mesmo paciente, há alterações de origem miopática e neuropática.

7 Tratamento Clínico (Cirúrgico) 

O tratamento clínico desses pacientes é complicado devido aos variados comprometimentos: alterações genéticas, insuficiência motora, deformidades e problemas de ordens psicológicas.

A equipe deve ser composta por médicos pediatra e cirurgião, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo e assistente social. Em alguns casos, o ortopedista e o engenheiro em reabilitação irão ser necessários para construir equipamentos de adaptação para os membros superiores e para possibilitar a posição sentada. O tratamento deve ser de maneira individualizada. As deformidades presentes nestes pacientes são de difícil correção devido à grande rigidez. A manutenção das correções é dificultada pela fraqueza da musculatura. Entretanto, alguns pacientes apresentam sucesso quando tratados precocemente com mobilização passiva e imobilizações, seguidas por cirurgia de reconstrução ou imobilizadora.

Existem várias técnicas cirúrgicas para cada tipo de deformidade. O tratamento cirúrgico, geralmente de caráter reconstrutivo, deve ser adiado até que se obtenha maior mobilidade possível, através de métodos conservadores. A capsulotomia posterior da articulação do joelho e o alongamento do Tendão de Aquiles são cirurgias freqüentemente realizadas a fim de reduzir a rigidez dos tecidos moles. 

Já a cirurgia de reconstrução é geralmente indicada em casos de correção do pé eqüino-varo refratário ao tratamento conservador. A luxação do quadril é tratada através de tração, tenotomia de adutores, descolamento do músculo psoas rígido e imobilização. Caso haja necessidade, a articulação coxo-femural é reposicionada, acompanhada do transplante do músculo iliopsoas, nos casos em que os extensores de quadril não funcionam. O ombro raramente precisa de correção cirúrgica. No cotovelo em extensão é feito capsulotomia posterior e alongamento do tipo V-Y do tendão do tríceps. Em casos que o músculo bíceps não apresente força, é feita a transferência de tendão do tríceps para o bíceps. Para a correção do punho em flexão existem inúmeras cirurgias, existindo divergências na literatura e portanto não serão descritas. Quanto à coluna vertebral, a artrodese é um recurso bastante útil, sendo realizada, em sua maioria, antes dos 10 anos de idade.

O tratamento cirúrgico do pé artrogripótico tem objetivo de obtenção de um pé plantígrado, mesmo que este seja rígido. 

Portanto os cirurgiões lançam mão de cirurgias radicais para conseguirem este objetivo.

8 Tratamento Fisioterapêutico 

O tratamento de reabilitação é bastante amplo e visa a marcha e a independência nas atividades de vida diária através da atuação não só nas deformidades, mas também na integração do indivíduo ao meio, promovendo seu desenvolvimento global.

Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, professores e técnicos em órteses devem atuar conjuntamente, ao lado do ortopedista nos centros de reabilitação. Os principais objetivos da equipe são: manter a amplitude de movimento articular, fortalecer a musculatura residual, melhora da hipotonia, facilitar a aquisição de novas etapas do desenvolvimento motor e cognitivo, melhora da propriocepção e de padrões de movimento, adaptando-os às atividades de vida diárias.

A fisioterapia deve ser baseada em mobilizações das articulações, em alongamentos dos tecidos moles e em facilitações de movimentos ativos de membros e do tronco para que essas crianças possam adquirir habilidades funcionais. Ainda cita que pode - se conseguir uma manutenção dos posicionamentos articulares através do uso de talas, sendo que este tratamento deve ser intensivo, principalmente no primeiro ano de vida, e mantido até a idade adulta.

O tratamento do membro superior deve ser constituído de exercícios passivos e ativos através do uso de órteses e gessos. Cita que a participação ativa da mãe é importante e que o objetivo final visa as atividades de vida diária. As recidivas (pós- cirurgias) das deformidades de punho são freqüentes, e, por isso incentiva-se o uso de talas.

Mesmo sendo a escoliose de caráter grave, esta pode ser controlada através do uso de coletes bivalvados em criança de pouca idade, vindo a ser substituído pelo colete de Milwaukee.

Quanto ao tratamento do quadril, deve ser iniciado desde o nascimento, através de mobilizações e alongamentos. Quando há também a contratura em flexão do joelho devem ser usados também gessos confeccionados e trocados semanalmente. Nos casos em que a deformidade persiste e há um bom prognóstico para a marcha, a cirurgia está indicada. O pé também é manipulado desde o nascimento. A correção com gesso é feita já na segunda semana, de forma seriada. Após 3 meses deste tratamento, já está indicado o tratamento cirúrgico do pé.

O pé eqüinovaro é tratado com gesso na parte interna, sendo substituído por atadura, o mais cedo possível, para que possibilite a mobilização feita pelo fisioterapeuta. Deve-se evitar a imobilização rígida, pois a mobilização é fundamental. O decúbito ventral deve ser utilizado precocemente após a cirurgia de correção da deformidade em flexão do quadril, a fim de promover alongamento das estruturas anteriores. 

O tratamento deve contar com a participação dos pais, para que os exercícios e mobilizações possam ser feitos em casa, devendo estes ser aplicados durante várias vezes ao dia, por breves períodos de duração. Essas crianças podem necessitar de adaptações feitas pelo Terapeuta Ocupacional, a fim de que possam ser capazes de brincar, se alimentar sozinhas e explorar o ambiente. 

Referências Bibliográficas 

BRUST, John C. M. A prática da Neurociência. 1ª ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Afonso, 2000. 

CAMPBELL, Suzann K. Physical Therapy for Children. 2a ed. Philadelphia: W. B. Saunders Company, 2000. 

CHICONELLI, J.R.; MONTEIRO, A.V. A mão na artrogripose múltipla congênita. Rev. Bras. Ortop. v.29, n.7, p.501-504, Jul.1994.

DOWNIE, Patrícia A. Neurologia para Fisioterapeutas. 4ª ed. São Paulo: Panamericana, 1987. 

DIAMENT,Saul Neurologia Infantil. 3a ed. São Paulo: Atheneu, 1996. 

FENICHEL, Gerald M. Neurologia Pediátrica. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 

FERNANDES, T.D.; MASAGÃO, R.A.; MARTINS, V.M.; SILVA, J.S.; SALOMÃO, O.; CARVALHO Jr, A.E. Avaliação biométrica comparativa entre tálus e pé equinovaro congênito idiopático e no pé artrogripótico. Rev. Bras. Ortop. v.32, n.3, p.249-253, Mar. 1997.

MASIERO, D.;FILHO, J.L.; ATLAS, S.; BRUNONI, D.; SCHMIDT, B.; MAGALHÃES, A.A.C. Artrogripose: uma classificação a ser adotada. Rev.Bras. Ortop.,v.26, n.6, p.191-195, Jun.1991.

MASIERO, D.;FILHO,J.L.; SCHIMIDT, A. Artrogripose Múltipla Congênita: estudo crítico de 15 casos avaliados por biópsia com técnica histoquímica. Ver. Bras.Ortop., v.25, n.1-2, p.7-15, Jan/Fev, 1990.

MASIERO, D.; PINTO, J.A.; LOURENÇO,A.F.In: HEBERT, Sizínio et al.. Ortopedia e Traumatologia- Princípios e Prática.1ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

MERRIT, H. Houston Tratado de Neurologia. 9a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. 

NEEDLMAN, Robert D. Nelson - Tratado de Pediatria. 15ª ed. vol.2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 

SHEPHERD, R. Fisioterapia em Pediatria. 3ª ed. São Paulo: Livraria Editora Santos, 2002. 

FONTE: http://www.fisioneuro.com.br/ver_pesquisa.php?id=4

domingo, 26 de abril de 2015

Vantagens e Desvantagens dos Cristalóides e colóides


Hipertrofia ventricular esquerda

HVE (hipertensão de Ventrículo Esquerdo), chamada antigamente de Hipertrofia Ventricular.

A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) caracteriza-se por um espessamento anormal da parede muscular do ventrículo esquerdo. A hipertensão arterial é a principal causa da hipertrofia ventricular esquerda. O ventrículo esquerdo é a principal câmara do coração, que bombeia o sangue em direção ao cérebro e ao restante do corpo (exceto a circulação dos pulmões, que é irrigada pelo ventrículo direito). Qualquer situação que acarrete uma sobrecarga para essa câmara , poderá causar uma hipertrofia ventricular esquerda.


- Hipertensão arterial e obesidade: 

A hipertensão arterial é a principal causa da hipertrofia ventricular esquerda. Nessa doença há uma sobrecarga crônica de pressão sobre o ventrículo esquerdo. A obesidade severa também causa uma sobrecarga crônica ao coração, podendo também causar a hipertrofia ventricular esquerda. 

- Doenças da válvulas cardíacas: 


Como o estreitamento da válvula aórtica (estenose aórtica) , ou ainda , a insuficiência das válvulas aórtica ou mitral , podem causar uma sobrecarga de volume (uma quantidade anormal de sangue permanece dentro do ventrículo após a sua contração) , que leva à hipertrofia ventricular esquerda.

- Doença arterial coronariana:


Essa doença caracteriza-se pela presença de placas de gordura nas artérias do coração . Essa falta de irrigação de sangue do músculo cardíaco , poderá levar ao aparecimento da hipertrofia ventricular esquerda.


- Doenças do músculo cardíaco:


A miocardiopatia hipertrófica é uma doença genética , caracterizada pelo desenvolvimento de uma intensa hipertrofia ventricular esquerda (principalmente na região do septo , porção do músculo cardíaco que separa o ventrículo esquerdo do ventrículo direito). Nessa doença não é necessário a presença de uma sobrecarga de pressão ou volume , para que surja a hipertrofia ventricular esquerda . Outras doenças do músculo cardíaco, como as cardiopatias dilatada e restritiva, também podem cursar com graus variáveis de hipertrofia ventricular esquerda.


Sinais e sintomas:

A hipetrofia ventricular esquerda poderá fazer parte do quadro de uma doença totalmente assintomática, como costuma ser os casos de hipertensão arterial. 

terça-feira, 21 de abril de 2015

Pequena e grande circulação

Trajetória do sangue: as duas circulações

O coração funciona como uma bomba dupla. No seu lado esquerdo, circula sangue arterial (rico em O2) e no lado direito circula sangue venoso (rico em CO2). Os processos que caracterizam a passagem de sangue pelas câmaras cardíacas ocorrem ao mesmo tempo. Isso significa que o sangue enche os dois átrios (esquerdo e direito) simultaneamente. Em seguida, o sangue é conduzido para os ventrículos (esquerdo e direito).

Pequena circulação (pulmonar)

Inicia-se no ventrículo direito que recebe o sangue venoso do átrio direito e o bombeia das artérias pulmonares para os pulmões, onde ocorrerá a oxigenação (hematose). Em seguida, as veias pulmonares conduzem o sangue arterial para o átrio esquerdo.
Na pequena circulação, o sangue venoso foi transportado por artérias e o sangue arterial, por veias. Isso ocorre porque o sangue que sai do coração é impulsionado com maior pressão pelas artérias, que são vasos mais resistentes e de maior calibre.

Grande circulação (sistêmica)

Inicia-se no ventrículo esquerdo que recebe o sangue arterial do átrio esquerdo. Com isso, o sangue é bombeado para a artéria aorta que, através de suas ramificações, transporta o sangue oxigenado para todo o organismo. Depois de ter drenado o corpo, o sangue, que agora é venoso, chega ao coração através das veias cavas (superior e inferior), desembocando no átrio direito.
A circulação completa demora cerca de 1 minuto, enquanto o coração bate aproximadamente 70 vezes nesse período. O número de contrações por minuto denomina-se frequência cardíaca.

Os batimentos cardíacos

Os movimentos das câmaras do coração dependem da contração e do relaxamento do músculo miocárdio. Assim, quando ocorre a contração atrial ou ventricular essas câmaras cardíacas estão impulsionando o sangue. Esse movimento denomina-se sístole. Por sua vez, quando o átrio ou o ventrículo recebem sangue, ocorre o relaxamento da musculatura cardíaca. A esse movimento chamamos diástole.
É importante destacar que quando o átrio realiza a sístole, o ventrículo está em diástole e vice-versa.

A nutrição do miocárdio

O transporte de sangue para o músculo miocárdio é realizado pelas artérias coronárias (direita e esquerda), que são ramificações do início da aorta. Se um desses ramos coronarianos sofrer uma diminuição no diâmetro ou uma obstrução por um coágulo sanguíneo (trombo), as células musculares podem apresentar uma disfunção, chamada isquemia. Esse problema provoca a morte de uma parte do coração, caracterizando o infarto do miocárdio.

Ácido acetilsalicílico e o infarto


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Homeopatia X Fitoterapia

A homeopatia e a fitoterapia são métodos terapêuticos alternativos aos medicamentos tradicionais e que cada vez mais ganham entusiastas. Ambas as técnicas utilizam soluções naturais, porém, há algumas diferenças importantes entre as duas terapias, tanto na composição, quanto na maneira de tratar qualquer enfermidade.
 A homeopatia utiliza elementos do tipo vegetal, animal e mineral, e se baseia no princípio da semelhança, ou seja, doenças semelhantes curam doenças semelhantes. Diante dessa teoria, o tratamento é feito a partir da diluição e dinamização da mesma substância que produz o sintoma em um indivíduo saudável. “O método busca tratar o doente (causa) e não a doença (sintoma), modificando-o de dentro para fora, a partir de suas características pessoais e estilo de vida”, esclarece a farmacêutica Juliana Barone, da Meta Manipulação.
Já a fitoterapia é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações no tratamento de enfermidades, seja na prevenção, alívio ou cura das doenças. Diferentemente da homeopatia, faz uso apenas de elementos do tipo vegetal. Baseia-se no princípio dos contrários, ou seja, busca suprimir os sintomas das doenças com substâncias (naturais) que atuem “contrariamente” aos mesmos, por exemplo, antidepressivos, antitérmicos, entre outros.
Os medicamentos fitoterápicos são mais fáceis de ser encontrados, por exemplo, em farmácias convencionais e drogarias. Mas também podem ser manipulados de acordo com a necessidade de cada pessoa.
Cuidados
Os dois métodos não precisam de receita médica para ser adquiridos, com exceção de alguns homeopáticos, portanto é preciso moderação na hora de usar esse tipo de medicamento. Apesar de terem origem natural, se consumidos em excesso, podem ter efeitos colaterais não esperados. “Ambos os tratamentos agridem menos o organismo se comparados aos remédios convencionais, mas mesmo assim precisam ser administrados com cautela”, alerta Juliana.
Em relação ao custo/benefício, a farmacêutica afirma que tanto os remédios homeopáticos quanto os fitoterápicos são bem acessíveis ao público, sendo muitas vezes mais baratos do que os medicamentos tradicionais.
Segundo Juliana, quanto maior for o tempo que o paciente toma remédios alopáticos – medicamentos administrados ao doente que produzem efeitos contrários aos sintomas da doença que se deseja combater– mais demorado será o efeito da homeopatia, pois o corpo está “intoxicado” pelos componentes não naturais contidos nesses remédios.
A Meta Manipulação está há 28 anos no mercado, oferecendo medicamentos de todas as especialidades, como alopatia, homeopatia, fitoterápicos, dermatológicos e florais de Bach, destacando-se pela qualidade e atendimento diferenciado. A empresa tem como diferencial os processos de manipulação dos seus produtos, seguindo rígidos padrões de qualidade e com a utilização de matérias-primas de procedência superior.