sábado, 3 de setembro de 2016

Bulhas cardíacas


a) B1 (TUM-TÁ) = Os sons são gerados pela vibração dos folhetos valvares após o seu fechamento, causado pela movimentação de sangue no interior dos ventrículos. O seu primeiro componente é secundário ao fechamento da válvula mitral (M1) e seu segundo componente secundário ao fechamento da válvula tricúspide (T1). Coincide com o ictus cordis e o pulso carotídeo, sendo mais intenso em foco mitral. A duração é pouco maior do que a B2 e o timbre é grave (TUM). Indica o início da sístole ventricular.

b) B2 (TUM-TÁ) = É gerada pela desaceleração da coluna líquida sobre as valvas aórtica e pulmonar já fechadas, provocando assim vibrações da coluna líquida e das estruturas adjacentes, como aparelho valvar, paredes vasculares e via de saída dos ventrículos. Coincide com o início da diástole, sendo composto inicialmente pelo fechamento da válvula aórtica (A2) e depois da pulmonar (P2). É mais intenso em foco aórtico e pulmonar, sendo o timbre mais agudo e seco (TÁ). A duração é menor do que B1. Pode sofrer desdobramento inspiratório (TUM-TRÁ).

c) B3 (TUM-TÁ--TÁ) = Som que ocorre entre a proto e mesodiástole, sendo gerado pela brusca desaceleração da coluna de sangue contra as paredes ventriculares no final da fase de enchimento rápido. Melhor audível em área mitral em decúbito lateral esquerdo. Ocorre na insuficiência cardíaca, sendo um indicador da sua gravidade Pode ser fisiológico em crianças e adolescentes.

d) B4 (TRRUM-TÁ) = Ocorre na telediástole e é gerado pela desaceleração da coluna sangüínea que é impulsionada pelos átrios na fase de contração atrial  contra a massa sangüínea existente no interior do ventrículo esquerdo, no final da diástole. Representa uma contração atrial contra um ventrículo pouco complacente acarretando rápida desaceleração do sangue ejetado. É um achado comum na doença isquêmica do coração e na miocardiopatia hipertrófica.

Alterações de B1:

a) B1 hipofonético = BAV de 1º grau, regurgitação mitral, diminuição da contratilidade de VE (insuficiência cardíaca).
b) B1 hiperfonético = Taquicardia e estados de alto débito cardíaco (ex: anemia, exercício, hipertireoidismo), estenose mitral.
c) Desdobramento de B1 = Se muito amplo, suspeitar de bloqueio de ramo direito, acarretando atraso no fachamento da válvula tricúspide (trum-tá).

Alterações de B2:

a) A2 hipofonético = Estenose aórtica calcificada e regurgitação aórtica.
b) A2 hiperfonético = HAS, dilatação aórtica e coarctação de aorta.
c) P2 hipofonético = Aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax e estenose pulmonar.
d) P2 hiperfonético = Hipertensão pulmonar, dilatação da artéria pulmonar e comunicação interatrial.
e) Desdobramento de B2 (auscultado em foco pulmonar) = Podemos observar no sujeito normal um desdobramento fisiológico de B2 durante a inspiração. Em situações patológicas ocorre um amplo desdobramento de B2 (bloqueio de ramo direito, estenose pulmonar, dilatação aguda ou crônica do VD). Pode ser constante e variável, acentuando-se na inspiração (bloqueio de ramo direito) ou constante e fixo, permanecendo inalterado durante o ciclo respiratório (CIA, estenose pulmonar). O desdobramento pode ser paradoxal, surgindo na expiração, por um retardo na formação de A2 (bloqueio de ramo esquerdo).

B3 patológica: corações "moles" (dilatados + aumento da complacência)
B4 patológica: corações "duros" (hipertrofia + diminuição da complacência)

Outros Sons Cardíacos:

a) Clique de Ejeção Sistólica = Som que acompanha a abertura da válvula aórtica durante a sístole.
b) Clique Mesosistólico = Pode ocorrer no polapso de válvula mitral.
c) Estalido de Abertura Mitral = Som que acompanha a abertura da valva mitral, durante a diástole, podendo ocorrer nas estenoses desta válvula..

Ritmos de Galope: Ocorre em disfunção miocárdica por súbita desaceleração do fluxo sanguíneo ao penetrar nos ventrículos. Indica sofrimento miocárdico ou insuficiência cardíaca. Podemos ter os seguintes ritmos:

a) Ritmo de galope ventricular (TUM-TÁ--TÁ) = Sempre associado à taquicardia, formado por B3 patológica, sendo indicativo de ICC.
b) Ritmo de galope atrial (TRRUM-TÁ) = Formado por B4, indicando crise hipertensiva, cardiopatia isquêmica, estenose aórtica e miocardiopatia hipertrófica.
c) Ritmo de galope de soma = Ritmo de galope ventricular + ritmo de galope atrial (B3 + B4).

Fonte: GESEP - Grupo de Estudos em Semiologia e Propedêutica - gesepfepar.com

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