sábado, 3 de setembro de 2016

Linfedema pós-infeccioso


O linfedema ou edema linfático é uma das principais complicações da erisipela. Que ocorre quando há a destruição do vaso linfático pelo processo infeccioso da pele acumulando líquido linfático no espaço intersticial do tecido subcutâneo.

Pode ser classificado de acordo com a etiopatogenia em primário e secundário. O primário resulta de anomalias do desenvolvimento do sistema linfático durante a linfangiogenese; o secundário compreende a maioria dos casos de linfedema e resulta da obstrução ou disfunção do sistema linfático, adquirida, geralmente devido a doença infecciosa, obstrução neoplásica ou tratamento associado a doença neoplásica [linfadenectomia, radioterapia], intervenções cirúrgicas, lesões traumáticas e doenças inflamatórias.
 O linfedema é um edema, ou seja, um inchaço duro e persistente, que caso não tratado, pode tornar-se uma doença crônica, alterando a estética, a mobilidade, além de causar uma sensação de peso e desconforto na região afetada. 

O tratamento consiste em medicações linfotônicas, drenagem linfática, elastocompressão.
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Bulhas cardíacas


a) B1 (TUM-TÁ) = Os sons são gerados pela vibração dos folhetos valvares após o seu fechamento, causado pela movimentação de sangue no interior dos ventrículos. O seu primeiro componente é secundário ao fechamento da válvula mitral (M1) e seu segundo componente secundário ao fechamento da válvula tricúspide (T1). Coincide com o ictus cordis e o pulso carotídeo, sendo mais intenso em foco mitral. A duração é pouco maior do que a B2 e o timbre é grave (TUM). Indica o início da sístole ventricular.

b) B2 (TUM-TÁ) = É gerada pela desaceleração da coluna líquida sobre as valvas aórtica e pulmonar já fechadas, provocando assim vibrações da coluna líquida e das estruturas adjacentes, como aparelho valvar, paredes vasculares e via de saída dos ventrículos. Coincide com o início da diástole, sendo composto inicialmente pelo fechamento da válvula aórtica (A2) e depois da pulmonar (P2). É mais intenso em foco aórtico e pulmonar, sendo o timbre mais agudo e seco (TÁ). A duração é menor do que B1. Pode sofrer desdobramento inspiratório (TUM-TRÁ).

c) B3 (TUM-TÁ--TÁ) = Som que ocorre entre a proto e mesodiástole, sendo gerado pela brusca desaceleração da coluna de sangue contra as paredes ventriculares no final da fase de enchimento rápido. Melhor audível em área mitral em decúbito lateral esquerdo. Ocorre na insuficiência cardíaca, sendo um indicador da sua gravidade Pode ser fisiológico em crianças e adolescentes.

d) B4 (TRRUM-TÁ) = Ocorre na telediástole e é gerado pela desaceleração da coluna sangüínea que é impulsionada pelos átrios na fase de contração atrial  contra a massa sangüínea existente no interior do ventrículo esquerdo, no final da diástole. Representa uma contração atrial contra um ventrículo pouco complacente acarretando rápida desaceleração do sangue ejetado. É um achado comum na doença isquêmica do coração e na miocardiopatia hipertrófica.

Alterações de B1:

a) B1 hipofonético = BAV de 1º grau, regurgitação mitral, diminuição da contratilidade de VE (insuficiência cardíaca).
b) B1 hiperfonético = Taquicardia e estados de alto débito cardíaco (ex: anemia, exercício, hipertireoidismo), estenose mitral.
c) Desdobramento de B1 = Se muito amplo, suspeitar de bloqueio de ramo direito, acarretando atraso no fachamento da válvula tricúspide (trum-tá).

Alterações de B2:

a) A2 hipofonético = Estenose aórtica calcificada e regurgitação aórtica.
b) A2 hiperfonético = HAS, dilatação aórtica e coarctação de aorta.
c) P2 hipofonético = Aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax e estenose pulmonar.
d) P2 hiperfonético = Hipertensão pulmonar, dilatação da artéria pulmonar e comunicação interatrial.
e) Desdobramento de B2 (auscultado em foco pulmonar) = Podemos observar no sujeito normal um desdobramento fisiológico de B2 durante a inspiração. Em situações patológicas ocorre um amplo desdobramento de B2 (bloqueio de ramo direito, estenose pulmonar, dilatação aguda ou crônica do VD). Pode ser constante e variável, acentuando-se na inspiração (bloqueio de ramo direito) ou constante e fixo, permanecendo inalterado durante o ciclo respiratório (CIA, estenose pulmonar). O desdobramento pode ser paradoxal, surgindo na expiração, por um retardo na formação de A2 (bloqueio de ramo esquerdo).

B3 patológica: corações "moles" (dilatados + aumento da complacência)
B4 patológica: corações "duros" (hipertrofia + diminuição da complacência)

Outros Sons Cardíacos:

a) Clique de Ejeção Sistólica = Som que acompanha a abertura da válvula aórtica durante a sístole.
b) Clique Mesosistólico = Pode ocorrer no polapso de válvula mitral.
c) Estalido de Abertura Mitral = Som que acompanha a abertura da valva mitral, durante a diástole, podendo ocorrer nas estenoses desta válvula..

Ritmos de Galope: Ocorre em disfunção miocárdica por súbita desaceleração do fluxo sanguíneo ao penetrar nos ventrículos. Indica sofrimento miocárdico ou insuficiência cardíaca. Podemos ter os seguintes ritmos:

a) Ritmo de galope ventricular (TUM-TÁ--TÁ) = Sempre associado à taquicardia, formado por B3 patológica, sendo indicativo de ICC.
b) Ritmo de galope atrial (TRRUM-TÁ) = Formado por B4, indicando crise hipertensiva, cardiopatia isquêmica, estenose aórtica e miocardiopatia hipertrófica.
c) Ritmo de galope de soma = Ritmo de galope ventricular + ritmo de galope atrial (B3 + B4).

Fonte: GESEP - Grupo de Estudos em Semiologia e Propedêutica - gesepfepar.com

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domingo, 28 de agosto de 2016

Classificação de artigos segundo o risco e potencial de contaminação

A variedade de materiais utilizados nos estabelecimentos de saúde pode ser
classificada segundo riscos potenciais de transmissão de infecções para os
pacientes, em três categorias: críticos, semi-críticos e não críticos.

Artigos críticos

Os artigos destinados aos procedimentos invasivos em pele e mucosas
adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que
estejam diretamente conectados com este sistema, são classificados em artigos
críticos. Estes requerem esterilização. Ex. agulhas, cateteres intravenosos,
materiais de implante, etc.

Artigos semi-críticos

Os artigos que entram em contato com a pele não íntegra, porém, restrito às
camadas da pele ou com mucosas íntegras são chamados de artigos semi-críticos
e requerem desinfecção de médio ou de alto nível ou esterilização. Ex. cânula
endotraqueal, equipamento respiratório, espéculo vaginal, sonda nasogástrica, etc.

Artigos não críticos

Os artigos destinados ao contato com a pele íntegra e também os que não
entram em contato direto com o paciente são chamados artigos não-críticos e
requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do uso a
que se destinam ou do último uso realizado. Ex. termômetro, materiais usados em
banho de leito como bacias, cuba rim, estetoscópio, roupas de cama do paciente,
etc.

Indubitavelmente esse esquema de classificação lógica tem sido útil como guia
na escolha adequada dos métodos de proteção anti-infecciosa. Porém, na prática, a
escolha não é tão simples quanto parece e muitas dúvidas surgem especialmente
em relação aos artigos semi-críticos. Por exemplo, os equipamentos de endoscopia
digestiva seriam a principio artigos semi-críticos, requerendo a desinfecção. No
entanto, o risco de traumas durante o procedimento não é pequeno, especialmente
naqueles portadores de varizes esofagianas. Percebe-se que estes conceitos
clássicos levam a algumas imprecisões, sendo as sondas vesicais um outro
exemplo, apesar de serem considerados semi-críticos, são utilizadas exclusivamente
estéreis. Então propomos alterações nestes conceitos passando a definir como
artigos críticos aqueles que têm contato direto ou indireto com áreas estéreis do
corpo, independente de serem mucosas ou tecidos epiteliais. Classificamos como
artigos semi-críticos os que entram em contato direto ou indireto com mucosa com
flora própria ou com lesões superficiais de pele. Por este conceito a sonda vesical
passa ser considerada artigo crítico e utilizada estéril.

Fonte: Curso básico de controle de infecção hospitalar. ANVISA

Competências do SUS




  • Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;



  • Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;



  • Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;



  • Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

  • Incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;



  • Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;



  • Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;



  • Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

SUS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88

Resumão da Saúde na Constituição federal de 1988.

Artigos 194 a 195 - Seguridade social

Artigo 196 - Universalidade. Conceito ampliado à saúde.

Artigos 197 - Saúde pelo Estado e  iniciativa provada. Regulamentação, fiscalização e controle.

Artigo 198 - Diretrizes do SUS. Aplicação mínima de recursos. ACS/ACE.

Artigo 199 - Participação da iniciativa privada.

Artigo 200 - Competências do SUS.

Saúde direito de todos e dever do Estado [CF 88/, art.196]

Garantido mediante políticas sociais e econômicas;
Visa à redução do risco de doença e outros agravos;
Objetiva o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação.

Diretrizes do SUS [CF/88, art.198]

Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
Participação da comunidade;

Ações e serviços públicos de saúde que integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único.

Processo de Enfermagem

O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas interrelacionadas, interdependentes e recorrentes:

I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – processo deliberado,
sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por
finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas
respostas em um dado momento do processo saúde e doença.

II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados
na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de
enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou
coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a
base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados
esperados.

III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera alcançar; e das
ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família
ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na
etapa de Diagnóstico de Enfermagem.

IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de
Planejamento de Enfermagem.

V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de
mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do
processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram
o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do
Processo de Enfermagem.

Ao enfermeiro, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 e do
Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, incumbe a liderança na
execução e avaliação do Processo de Enfermagem, de modo a alcançar os resultados de
enfermagem esperados, cabendo-lhe, privativamente, o diagnóstico de enfermagem acerca das
respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e
doença, bem como a prescrição das ações ou intervenções de enfermagem a serem realizadas,
face a essas respostas.

A execução do Processo de Enfermagem deve ser registrada formalmente, envolvendo:

a) um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou coletividade humana em um dado
momento do processo saúde e doença;

b) os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou coletividade
humana em um dado momento do processo saúde e doença;

c) as ações ou intervenções de enfermagem realizadas face aos diagnósticos de enfermagem
identificados;

d) os resultados alcançados como conseqüência das ações ou intervenções de enfermagem
realizadas.

sábado, 27 de agosto de 2016

Bioética

O início da Bioética se deu no começo da década de 1970, com a publicação de duas obras
muito importantes de um pesquisador e professor norte-americano da área de oncologia, Van
Rensselaer Potter.

Van Potter estava preocupado com a dimensão que os avanços da ciência, principalmente
no âmbito da biotecnologia, estavam adquirindo. Assim, propôs um novo ramo do conhecimento
que ajudasse as pessoas a pensar nas possíveis implicações (positivas ou negativas) dos avanços da
ciência sobre a vida (humana ou, de maneira mais ampla, de todos os seres vivos). Ele sugeriu
que se estabelecesse uma “ponte” entre duas culturas, a científica e a humanística, guiado pela
seguinte frase: “Nem tudo que é cientificamente possível é eticamente aceitável”.

Um dos conceitos que definem Bioética (“ética da vida”) é que esta é a ciência “que tem
como objetivo indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida, identificar
os valores de referência racionalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações”
(LEONE; PRIVITERA; CUNHA, 2001).

Todos nós sofremos influências do ambiente em que vivemos, sejam elas históricas, culturais
ou sociais. Para construirmos uma reflexão bioética adequada, devemos conhecer e entender essas
influências (afinal não podemos excluí-las de nossas vidas!).

Um aspecto bastante importante a ser considerado para que possamos construir a reflexão
bioética de maneira adequada é compreender a influência histórica exercida desde a época de
Hipócrates.

Hipócrates de Cos (séc. IV a.C.) é considerado o “Pai da Medicina”. Sua importância
é tão reconhecida que os profissionais da saúde, no dia da formatura, fazem o “Juramento de
Hipócrates”. Segundo esse juramento, os profissionais devem se comprometer a sempre fazer o

bem ao paciente.

Os médicos, naquela época, eram considerados semideuses, e estavam encarregados
de curar as pessoas “segundo seu poder e entendimento” (como consta no juramento de
Hipócrates).

A importância desse resgate histórico é ressaltar que os médicos daquela época estavam em
uma posição hierárquica superior à das outras pessoas, e essa diferença de posição também se manifestava em um “desnivelamento de dignidades”. Isso significa que os médicos (semideuses),
ainda que tivessem a intenção de curar os doentes, eram pessoas superiores, melhores que as
outras (tinham mais valor que as outras).

Ao longo da história, a estrutura da sociedade deixou de ser piramidal, mas essa postura
“paternalista”, ou seja, na qual os profissionais da saúde são considerados “pais”, ou melhores
que os seus pacientes, ainda hoje é percebida com frequência.

Os profissionais da saúde detêm um conhecimento técnico superior ao dos pacientes,
mas não são mais dignos que seus pacientes, não têm mais valor que eles (como pessoas).
Quando o profissional se considera superior (em dignidade) a seu paciente, também temos
uma postura paternalista.

Os profissionais que se baseiam nessa postura paternalista são aqueles que não respeitam a
autonomia de seus pacientes, não permitem que o paciente manifeste suas vontades. Por outro
lado, também alguns pacientes não percebem que podem questionar o profissional e aceitam
tudo o que ele propõe, pois consideram que “o doutor é quem sabe”.

Fonte: Junqueira CR. Bioética: conceito, fundamentação e princípios